Denarc prende Pezão, um dos maiores traficantes da zona leste

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Por Agencia Estado
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O traficante Gideones de Lima Santos, de 33 anos, o Pezão, foi preso na manhã desta terça-feira, em Hortolândia, no interior do Estado, a 105 quilômetros da capital, pelos policiais do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc). Apontado pela polícia como um dos dez principais distribuidores de cocaína, maconha e crack da zona leste, Pezão dormia quando os policiais entraram em sua casa no bairro do Bom Retiro. O traficante não teve tempo de pegar as duas automáticas que estavam no chão, ao lado da cama. Ao ver o cano da arma de um policial apontado para sua cabeça, pediu para não ser morto. Pezão começou a vender cocaína no Jardim Elba, na zona leste, em 1996, substituindo um traficante apelidado de Bill, que fora preso. Em pouco tempo conseguiu montar 110 pontos-de-venda de droga e uma rede de 600 olheiros e seguranças, a maioria menores com idades entre 12 e 16 anos. Para não ser denunciado pelos moradores, começou a fazer benfeitorias na favela. Distribui cesta básica todos os meses, compra remédios e, no Natal, dá brinquedos para as crianças. Um levantamento da Divisão de Inteligência do Denarc revelou que Pezão vende em média 3 mil papelotes de cocaína por dia e 8 mil às sextas, sábados e domingos. O traficante paga a seus 600 "empregados" R$ 50 por dia durante a semana e R$ 80 aos sábados e domingos. O Jardim Elba, um complexo de favelas com barracos de alvenaria, abriga cerca de 85 mil habitantes. Cercado pela Marginal do Oratório e pela Avenida Sapopemba, na zona leste, o complexo é dominado por Pezão e Ivanildo Canuto Soares. Pezão abastece com crack, cocaína e maconha Diadema e bairros da zona norte de São Paulo. O bandido foi preso em abril de 1998 durante megaoperação do Denarc na Favela Elba e mandado para a Penitenciária do Estado. Estava condenado a 13 anos por tráfico, mas seus advogados conseguiram em 7 de maio de 2001, na Justiça, o livramento condicional. Os juízes não levaram em conta os antecedentes de Pezão e duas fugas da prisão. Mesmo morando na região de Campinas, continuou gerenciando os "negócios" na Elba. Recentemente mandou matar um de seus gerentes ao saber que estava sendo roubado por ele. O Denarc informou que a família de Pezão deixou a favela, mas continua trabalhando na venda das drogas. O pai, João Bezerra dos Santos, é acusado de ser o encarregado de arrecadar o lucro dos pontos de tráfico. Os irmãos são gerentes dos locais de venda. A mãe, Maria das Mercês, seria a responsável pela "lavagem" do dinheiro. Ela comprou casas, fazenda de gado no Nordeste, terrenos e carros. Pezão responde a dois processos por homicídio.

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