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Denise Abreu e diretor da Anac criticam laudo do IC

Por Carolina Ruhman
Atualização:

O superintendente de Infra-Estrutura Aeroportuária da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Anderson Ribeiro Correia, contestou ontem o laudo do Instituto de Criminalística de São Paulo, que apontou falhas da agência que colaboraram com a tragédia do Airbus A320 da TAM, em Congonhas. Segundo Correia, a agência tem critérios e regras para a segurança nos aeroportos. "As regulamentações foram seguidas e os critérios da pista, atendidos", frisou. Especial: relembre a tragédia e veja as causas do acidente Correia participou do seminário Concessão de Aeroportos: Oportunidades e Desafios para o Crescimento Econômico, na capital paulista, mas evitou fazer mais comentários, sob alegação de que não tinha conhecimento do laudo e não trabalhava na Anac na ocasião do acidente. Apesar disso, defendeu a agência. "Para qualquer tipo de investigação, de apontamento, a Anac vai preparar uma resposta." Em nota oficial, a agência limitou-se a informar que não teve acesso ao laudo do Instituto de Criminalística (IC) de São Paulo. "Por isso, não há condições de comentá-lo." O texto foi divulgado após a entrevista de Correia. "Quaisquer manifestações públicas de servidores da Anac sobre o caso representam apenas opinião pessoal e não expressam a posição da agência", ressaltava o texto. A Anac acrescentou que o acidente em Congonhas continua sendo investigado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Aeronáutica, autoridade do sistema de aviação civil brasileiro responsável por todas as investigações de acidentes. DIRETORES A possibilidade de a cúpula da Anac ser responsabilizada no inquérito também motivou manifestação do criminalista Roberto Podval, advogado de Denise Abreu, ex-diretora da agência. Para ele, "parece estar claro, pelo que foi divulgado do relatório do IC, que o acidente não teria ocorrido se os manetes do avião estivessem na posição correta". Em nota, ele também considerou imprópria qualquer responsabilização de diretores pela tragédia. "Entre outros exemplos possíveis, se compararia a culpar o delegado-geral da Polícia de São Paulo por qualquer crime que acontecesse no Estado, uma vez que ele é o responsável pela segurança pública. Seria um absurdo jurídico, uma vez que não há qualquer nexo ou ligação de causa e efeito entre o trágico acidente e a atuação de Denise Abreu no colegiado que dirigia a Anac, ao lado de outros 4 diretores, sob o comando do presidente Milton Zuannazzi."

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