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Dentro do metrô, um grande centro de compras em SP

Só 2 estações não têm comércio e agora a companhia vai investir nos terminais de ônibus

Por Luisa Alcalde
Atualização:

Na capital do consumo e dos shoppings (são 51 apenas na cidade de São Paulo) não soa estranho mais um desses centros de compras embaixo da terra. Foi o que ocorreu no metrô de São Paulo de dez anos para cá. Nesse período, a empresa diversificou seus serviços e deixou de ser apenas uma companhia que oferece transporte público sobre trilhos. Hoje existem 351 lojas e quiosques comerciais espalhados em suas 55 estações. É mais de duas vezes o tamanho do Shopping Santa Cruz, que dispõe de 132 estabelecimentos, e mais do que o Shopping Tatuapé, que conta com 300 lojas. Com a expansão do comércio no metrô da capital já é possível comprar quase tudo embaixo da terra, entre uma viagem e outra de trem. De alimentos, remédios, presentes, calçados e livros a peças de vestuário. O detalhe é que elas estão cada vez mais próximas das plataformas de embarque. "Fizemos uma pesquisa que confirmou a satisfação dos usuários com esses serviços e com a comodidade", afirma José Yasbek, gerente de Novos Negócios do Metrô. FATURAMENTO E a comparação com os shoppings tradicionais não fica só no tamanho. O faturamento do Metrô hoje nessa área também se equipara ao dos shoppings. Quando inaugurado, o Santa Cruz pretendia faturar R$ 168 milhões/ano. Cifras próximas a essa (R$ 120 milhões) estão nos planos do Metrô para fechar o próximo ano. A quantia virá do aluguel dos pontos comerciais e, principalmente, da venda de anúncios publicitários, outro filão que não para de crescer após a Lei Cidade Limpa, que impôs limites ao tamanho da mídia externa. Esses dois nichos (aluguel de lojas e mídia indoor) já representam 8% da verba obtida pela empresa com a venda de bilhetes. O dinheiro, segundo Yasbek, é todo investido em melhorias no sistema. Se comparado o faturamento não tarifário obtido no ano passado com o de dois anos atrás, o crescimento foi de 50%. Fora lojas e quiosques, há ainda 144 stands promocionais (que não vendem nada, só anunciam produtos espalhados pelas estações). Somados, são 600 pontos comerciais ao todo. As duas únicas estações onde não há comércio ainda são a Chácara Klabin e Santos-Imigrantes. A exploração desses espaços começou na década de 80 e se expandiu principalmente no fim da década de 90. TERMINAIS Agora, a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) vai padronizar os quiosques que vendem comida do lado de fora, em terminais de ônibus que pertencem à companhia, como Tatuapé, Artur Alvim e Brás (na zona leste), Ana Rosa (na zona sul) e Santana (na zona norte), porque considera que hoje eles funcionam de forma precária. Um edital de licitação a permissionários que queiram explorar esses pontos está pronto. Em alguns terminais, o número de quiosques vai aumentar e, em outros, diminuir. Haverá de 100 a 110 pontos de venda nos cinco terminais. A empresa já está realizando obras para melhorar a infraestrutura nesses espaços para linhas de telefone, luz, água e esgoto. Essas obras devem ficar prontas até o final do ano. Com as melhorias, o Metrô pretende atrair outro tipo de comércio. "Será tudo mais organizado e mais limpo", afirma José Yasbek. Esses novos pontos, padronizados, devem começar a operar até meados de 2010. Hoje esses contratos são renovados a cada seis meses. Depois da licitação, o prazo vai aumentar para dois anos e meio. Dessa forma, a companhia terá mais formas de controle para fiscalizar e multar esses quiosques, que terão menos rotatividade. NÚMEROS 351 lojas existem em 55 estações R$ 120 milhões é o faturamento previsto para o próximo ano pela Companhia do Metropolitano de São Paulo, levando em conta o aluguel dos pontos comerciais e a venda de anúncios publicitários, com o advento da Lei Cidade Limpa 100 a 110 pontos de venda serão padronizados em Tatuapé, Artur Alvim, Brás, Ana Rosa e Santana

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