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Depoimento confirma envolvimento de militar

Por Hélcio Consolino
Atualização:

Durante seis horas, a Polícia Civil de São José dos Campos ouviu ontem os cinco principais acusados do roubo de sete fuzis calibre 762 do 6º Batalhão de Infantaria Leve (BIL), em Caçapava, no dia 8 de março. No depoimento foi confirmada a participação do cabo Leonardo Floriano dos Santos, que foi delatado por um dos participantes presos na semana passada. Os depoimentos foram individuais e depois foi feita uma acareação entre eles. "Esse procedimento foi fundamental para deixar claro que todos têm participação no crime", declarou o coronel do Exército Milton Bertolli. O cabo está em prisão administrativa no Exército desde o último domingo, depois da prisão de José Augusto Lourenço, o Sapão, também no fim de semana. Segundo o advogado de defesa do militar, Eduardo Neves, ele teria confessado seu envolvimento mediante pressão psicológica e assinado o recebimento de R$ 30 mil para ser o informante da quadrilha que rendeu os sentinelas. Na ação, cinco homens armados invadiram o quartel pelos fundos e um dos soldados foi agredido com coronhadas. "Se for confirmada a pressão psicológica vou pedir a revogação da prisão preventiva, visto que o cabo Floriano tem bons antecedentes e não tinha alterações na corporação", disse Neves. O delegado-assistente do Departamento de Polícia Judiciária do Interior (Deinter-1), Edilzo Correia de Lima, disse não ter dúvidas do envolvimento do militar. Segundo ele, outros três envolvidos estão foragidos. Um deles, segundo a polícia, é Willian Istorto, conhecido como Beterraba, cunhado do cabo Floriano. A polícia já resgatou seis dos sete fuzis roubados. Uma das armas estava escondida em São José dos Campos, outra em Caraguatatuba (litoral norte) e quatro na cidade de Jambeiro. O delegado disse acreditar que o equipamento tenha sido vendido no próprio Vale do Paraíba, conforme os depoimentos.

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