Depoimento de Marcola à CPI deverá ser transferido de local

A definição do dia e do local sairá até a próxima quinta-feira

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Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de vetado na Câmara, mais uma vez o depoimento de Marcos Camacho, o Marcola, chefe da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), à CPI do Tráfico de Armas, deverá ser transferido de local. Por questão de segurança, Marcola não deverá mais ser ouvido no Fórum de Barra Funda, em São Paulo. A Secretaria de Segurança Pública está conversando com integrantes da CPI para que o depoimento aconteça na penitenciária de Presidente Bernardes, onde Marcola está preso. A definição do dia e do local sairá até a próxima quinta-feira. O presidente da CPI, deputado Moroni Torgan (PFL-CE), pretende ouvir o preso na próxima semana. O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), encarregado pela CPI para intermediar as conversações com a Secretaria de Segurança e com a Justiça, argumentou que não é prudente tirar um preso que está em um regime diferenciado de detenção, montar um aparato policial para transferi-lo para a capital, paralisar as atividades do fórum para que a CPI tome o seu depoimento. De acordo com Sampaio, a CPI poderia ouvir Marcola em uma área administrativa do próprio presídio. O deputado disse ainda que não poderá haver publicidade do depoimento, porque Marcola fala com seu grupo por códigos. "Em uma reunião pública, ele pode dar um comando para todo o País", disse o deputado. O relator da CPI, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), também não vê problema na realização do depoimento na penitenciária. "Da minha parte, não vejo nenhuma inconveniência. Quero ouvir o cara por necessidade, não por opção. Não há como indiciar uma organização sem ouvir os líderes. Não podemos dar brecha para que advogados aleguem cerceamento de defesa", afirmou Pimenta. O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) também concorda em ouvir Marcola na penitenciária. "Não vejo necessidade de deslocar Marcola 500 quilômetros, se houver estrutura necessária para isso na penitenciária", disse Jungmann, ressaltando que a decisão caberá à maioria da CPI. O deputado disse compreender o sentimento de mal-estar e de medo da população de São Paulo, além do transtorno de paralisar as atividades do fórum, caso o depoimento aconteça em Barra Funda. Na semana passada, depois de o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), vetar a presença de Marcola na Casa, a CPI aprovou a realização do depoimento no Fórum de Barra Funda. A vice-presidente da CPI, deputada Laura Carneiro (PFL-RJ), disse que não vai ao presídio para ouvir Marcola e o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) defendeu o depoimento na própria Câmara. Na reunião, a CPI analisou outros locais para o depoimento: a Assembléia Legislativa de São Paulo e a sede da Polícia Federal em Brasília. O requerimento para convocar Marcola foi aprovado pela CPI no início do mês e o depoimento estava previsto inicialmente para o dia 30 de maio. No entanto, com os ataques em São Paulo e o vazamento de depoimento em sessão secreta da CPI no dia 10 de maio alteraram o calendário da comissão.

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