Depoimento de Saulo causa tumulto na Assembléia

O secretário foi convocado para prestar esclarecimentos sobre a diminuição dos recursos destinados à segurança das escolas

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Por Agencia Estado
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A presença do secretário estadual de Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, tumultuou a Assembléia Legislativa nesta terça-feira, 6, onde ele teve um atrito com os deputados integrantes da Comissão de Segurança Pública. O secretário foi convocado para prestar, em sessão extraordinária, esclarecimentos sobre a diminuição dos recursos destinados à segurança das escolas e sobre as medidas adotadas para punir os responsáveis pelos crimes praticados contra policiais militares ocorridos no início do ano, durante os atentados contra bases policiais no Estado. Questionado sobre sua resistência a depor na Assembléia, Saulo foi impedido de falar pelo presidente da sessão, o deputado estadual Vanderlei Siraque (PT), que estava sentado ao seu lado e tomou o microfone que o secretário havia pego de um outro deputado. Saulo se levantou então e deu uma volta sobre si mesmo com as mãos na altura da cabeça, em resposta aos ataques dos deputados. Siraque chegou a ameaçar a acionar o Comando da PM, "que é do Estado e não do senhor", e Saulo ofereceu-lhe em resposta um copo de água. A sessão foi interrompida durante alguns minutos, e foi retomada com o secretário sentado longe do petista. Antes do incidente, o secretário chegou a discorrer durante 20 minutos sobre a redução dos investimentos na ronda escolar e sobre os ataques contra os PMs no início do ano, mas não se pronunciou sobre os ataques do PCC em maio. "A discussão é extemporânea", reclamou Saulo sobre a diminuição dos recursos da ronda escolar, alegando que o tema já foi votado pela Assembléia, com a aprovação do orçamento estadual. A discussão foi interrompida diversas vezes por vaias dirigidas aos deputados pelos cerca de 70 policiais militares, além de membros dos Conselhos Comunitários de Segurança, que foram convocados para apoiar o secretário. O requerimento de convocação de Saulo foi apresentado em 30 de novembro do ano passado, e aprovado em 11 de maio, um dia antes do início da onda de violência desencadeada pelo PCC no Estado.

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