Depoimento de técnicos vira disputa judicial

Para Consórcio, engenheiros da Linha 4 já foram ouvidos; promotor diz que há dúvidas sobre aspectos técnicos

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Por Bruno Tavares
Atualização:

Uma disputa judicial obrigou a polícia a adiar dois depoimentos de engenheiros do Consórcio Via Amarela que trabalharam nas obras da futura Estação Pinheiros do Metrô. Os advogados das empreiteiras alegam que Takashi Harada e Alexandre Cunha Martins já foram ouvidos anteriormente e, por lei, peritos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) não podem solicitar novos depoimentos. A decisão final caberá à juíza Angélica Nagao e ao delegado Eduardo Aoki, da 3ª Seccional, responsável pelas investigações do acidente que deixou sete mortos em janeiro de 2007. Em manifestação protocolada ontem na 1ª Vara Criminal do Fórum de Pinheiros, o promotor do caso, Arnaldo Hossepian Júnior, disse "que a postura adotada pelas testemunhas não pode ser admitida, sob pena de transformar a autoridade policial e o Ministério Público em verdadeiros ?bobos da corte?". "Na época em eles foram ouvidos, o local do acidente se encontrava soterrado e não era possível indagá-los sobre aspectos técnicos", justificou Hossepian. "A participação de peritos nesses casos é prevista em lei." O advogado Newton de Souza Pavan, defensor do Via Amarela, contesta a informação. "O IPT não é um órgão investigador, está apenas auxiliando o Metrô e o MP", argumentou. "O consórcio não está se furtando a nada. Se quiserem ouvi-los novamente, queremos que seja feito por escrito." O delegado Aoki disse que ainda não se manifestou sobre a pendência, mas considera "necessário" uma nova oitiva dos dois engenheiros. COLABOROU VITOR HUGO BRANDALISE

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