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Depois da visita de Bush à cidade, tudo volta ao normal

Na região do hotel Hilton, que foi maquiada para visita, há camelôs e pichações; fiscais da Subprefeitura de Pinheiros deixaram de visitar ruas da zona sul

Por Agencia Estado
Atualização:

Na terça-feira, 13, início da semana pós-visita do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, a São Paulo, começava a borrar a maquiagem nos entornos do Hotel Hilton, escolhido para a hospedagem do presidente. Até as muretas, pintadas de última hora, estavam pichadas. As portas do ferro-velho na Rua Lee de Forest voltaram a abrir, segundo reportagem do Estado desta quarta-feira, 14. O vendedor de ?churrasquinho de gato? já usava novamente a vassoura esganiçada para limpar a rua, antes de montar a grelha, como faz todo fim de tarde desde 1992, na calçada da Avenida Luís Carlos Berrini. Até a Kombi branca da Hot Lanches, recém-expulsa da Rua John Baird, já servia sanduíches como antes. No ferro-velho, a biruta de pano improvisada tremulava no terreno cheio de máquinas desmontadas, carroças, tralhas e dois galos magrelas, que já voltaram a ciscar na rua. Enquanto Bush esteve na vizinhança - na rua do lado -, todo o centro de reciclagem ficou fechado. ?Foi por respeito. Ferro-velho é muito feio. Imagina um estadista desses olhando essa bagunça da janela?, explicou-se Luis Gustavo, de 65 anos, responsável pelo estabelecimento. ?Ninguém pediu nada, eu decidi?, disse. Ele ainda pintou o muro da frente, contratou um pedreiro por R$ 150 para concretar a entrada do terreno e avisou ao Bin Laden, carroceiro barbudo que costuma aparecer: ?Não me venha aqui nos próximos dias.? Na terça, tudo voltou ao normal - até o amigo surgiu pela manhã. Os fiscais da Subprefeitura de Pinheiros, que antes da visita ilustre resolveram seguir a lei e expulsaram alguns ambulantes do quarteirão do hotel, não foram mais vistos pelas meninas que servem lanches na rua de trás do Hilton. ?A gente está aqui há uns cinco anos e nunca tivemos problemas. Só na terça-feira à noite que os fiscais mandaram a gente embora?, afirma a atendente Simone de Almeida, de 29 anos. Adelino da Silva, de 57 anos, nem precisou ser retirado. ?Sabia que não iriam me deixar trabalhar. Não estou vindo desde a semana passada?, explicou o churrasqueiro de rua, que na terça já esfumaçava a paisagem novamente.

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