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Depois de greve da PF, aeroportos têm situação tranqüila

Na quarta, durante operação-padrão dos policiais, filas chegaram a 3,5 km

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de um dia de filas e atrasos por conta da paralisação de 24 horas da Polícia Federal, o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica, tinha movimento tranqüilo, sem filas, na manhã desta quinta-feira, 19. Na quarta-feira, as filas nos dois principais aeroportos do País, Congonhas e Cumbica, fizeram os passageiros de vôos nacionais e internacionais de São Paulo temerem um novo apagão aéreo. A confusão foi provocada pelos policiais federais que realizaram operação-padrão em protesto contra o governo, que não pagou reajuste de 30% salarial para a categoria. Às 19h30, a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) estimava que 3 mil pessoas aguardavam a malha fina dos federais no embarque dos vôos internacionais do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, o que representava filas de mais de 3,5 quilômetros nos saguões de Cumbica. Havia gente esperando fora do aeroporto, ao lado de onde táxis estacionam para deixar passageiros. Os transtornos começaram por volta das 8 horas. A reclamação maior era daqueles que pegariam trechos domésticos de vôos internacionais, ou seja, não tinham necessidade de apresentar passaporte. Depois de muita confusão, os policiais deram prioridade a essas pessoas, mas muitos idosos e crianças não tiveram preferência. A lentidão no embarque ocorreu porque os policiais cumpriram todas as normas de verificação de passaportes nos guichês de imigração, inclusive de passageiros brasileiros - normalmente, o procedimento completo só é feito com estrangeiros, e os brasileiros são liberados após conferir a validade do documento e se a foto é mesmo da pessoa, em uma amostragem. Na quarta, eles inseriam todos os passaportes em uma máquina para a leitura eletrônica no Sistema de Tráfego Internacional (STI), preenchendo dados omissos e checando até pendências judiciais. Com a operação-padrão, o delegado Marlon Jefferson de Almeida, chefe da delegacia da PF no aeroporto, disse que o tempo necessário para verificar passaportes nacionais passou de 15 a 20 segundos para 25 a 30 segundos. "Parece pouco, mas gera um efeito cascata enorme", disse. Em Congonhas, os federais fecharam um dos acessos à sala de embarque, às 14h10. Só deixaram um funcionando, com dois agentes da PF confrontando o documento original com o bilhete de embarque de todos os passageiros. Em menos de 20 minutos, já se formava uma fila de mais de 200 pessoas no saguão. Em meia hora, com quase 400 pessoas enfileiradas, o outro acesso foi reaberto. O fim da malha fina só ocorreu quando a manifestação completou uma hora. Além da operação-padrão, os federais fizeram greve de 24 horas - inquéritos não tiveram prosseguimento e o serviço de emissão de passaportes foi interrompido quase totalmente. Segundo as lideranças das carreiras policiais, a adesão ao movimento "foi quase 100%".

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