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Depois do temporal, a limpeza e a solidariedade na hora do recomeço

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Por Redação
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Depois de perderem tudo por causa dos deslizamentos de terra e das inundações, só restou ontem a moradores de Itaipava, distrito de Petrópolis, ricos ou pobres, limpar suas casas e recomeçar. Na frente de belos casarões ou residências humildes, o cenário era o mesmo: pilhas de roupas sujas, televisores e geladeiras, brinquedos e monitores de computador. Alguns moradores de rua aproveitavam para pôr parte do material em carroças, para revendê-lo como ferro-velho. Munidos de vassouras ou pás, era grande o esforço das pessoas para retirar a lama que invadiu bairros como Madame Machado. "Foi um tsunami que veio do céu em vez do mar. Não tenho mais meia nem cueca. Vou ter de partir do zero. Tive o apoio de gente muito simples, que tem muito menos do que eu", contou o empresário Marcelo Jordão, de 47 anos, do setor de comércio exterior. Ele recebeu roupas secas e comida de vizinhos, após escapar do temporal e da água que invadiu sua casa de R$ 250 mil com quatro quartos, piscina e quadra de futebol. Além da tragédia, Jordão relatou que invadiram e saquearam o que restou da sua casa. Ele só teve tempo de salvar o filho de 6 anos. Sua mulher e filha adolescente já haviam saído. "Quando cheguei para pegar meu filho, a cama em que ele estava já estava boiando. Eu o resgatei pela janela." O ambiente de solidariedade, apesar do saque, era visível em Itaipava. Voluntários passavam de porta em porta distribuindo marmitas ou pencas de bananas. Cláudia Aparecida Verdugo Rocha, de 39 anos, fazia ontem a limpeza de sua casa, que fica abaixo do nível da rua. Com serenidade, relatou que perdeu uma TV que havia acabado de ganhar, além de um freezer lotado de salgadinhos e comidas que fez para vender. "A gente rala muito fazendo faxina e comida para se virar. Mas tenho que ter fé em Deus. Pelo menos estamos todos vivos", disse Cláudia, que mora com o marido e dois filhos pequenos.

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