Deputada vai propor desmilitarização do controle aéreo a Jobim

Luciana Genro quer também a interdição do aeroporto de Congonhas

PUBLICIDADE

Por Elder Ogliari
Atualização:

A deputada federal Luciana Genro (PSOL/RS) se reunirá com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, nesta semana, para pedir a desmilitarização do controle aéreo, a destituição de todos os diretores da Infraero envolvidos em acusações de corrupção, a interdição imediata do aeroporto de Congonhas e a imposição de normas rígidas de segurança operacional às empresas aéreas. A informação foi divulgada pela parlamentar durante protesto contra o caos aéreo no início da noite desta segunda-feira, na Esquina Democrática, em Porto Alegre. O ato foi convocado pelo PSOL/RS e contou com cerca de cem participantes, entre os quais Eurípides Conceição, namorado da jornalista Kátia Escobar, morta no Vôo 3054 da Tam. Segundo Luciana Genro, o governo e a CPI da Crise Aérea têm se recusado a ouvir pilotos, aeroviários e controladores dispostos a denunciar a estrutura precária de alguns aeroportos brasileiros e as jornadas de trabalho incompatíveis com a segurança dos vôos. "Enquanto o governo acobertar a corrupção e se submeter ao interesse das empresas, como no caso da liberação apressada de pistas para a temporada de férias, corremos o risco de ver tragédias no País", afirmou. A deputada chega a propor que as empresas aéreas sejam estatizadas se não aceitarem operar sob normas rígidas de segurança e com tarifas razoáveis. O presidente estadual do PSOL, Roberto Robaina, disse que o ato de Porto Alegre é o primeiro de uma série e anunciou que o partido vai apoiar mobilizações como as previstas para o dia 4, quando familiares de vítimas prometem ir às ruas de diversas cidades, e do dia 18, quando os passageiros ameaçam boicotar as viagens aéreas. "A tragédia impõe a todos a obrigação da mobilização", afirmou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.