PUBLICIDADE

Deputado se contradiz sobre pagamento de hotel no Rio

Por Leandro Colon , Isadora Peron e Beto Barata
Atualização:

BRASÍLIAEm 18 de agosto, dois dias antes de viajar a Erechim (RS) num avião da empresa Uniair, da Unimed do Rio Grande do Sul, o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), esteve no Rio para participar do 2.º Seminário Libertas XXI, promovido pela Academia Brasileira de Filosofia. O patrocínio do evento foi da fabricante de cigarros Souza Cruz.Num primeiro momento, a assessoria de Maia, questionada pelo Estado, admitiu que o deputado se hospedou no Hotel Praia Ipanema, na Avenida Vieira Souto, às custas do evento. "O presidente da Câmara dos Deputados Marco Maia viajou para o Rio de Janeiro via FAB e teve o hotel (Praia Ipanema) pago pela organização do evento (R$ 500,00 a diária + 5%)", disse a assessoria, por escrito. Depois, mais tarde, mudou a versão: "O hotel foi pago pelo próprio deputado".No evento, o petista tornou-se membro honoris causa da Academia Brasileira de Filosofia. "Defendo a garantia de liberdade de expressão e de opinião, mas com responsabilidade. Devo reforçar que há limites éticos e respeitosos para o exercício do poder público", afirmou Maia naquele dia. No evento, o vice-presidente da República, Michel Temer, tornou-se doutor honoris causa da mesma academia.Por escrito, a Souza Cruz informou que "não custeou passagem nem hospedagem de nenhum do participantes, inclusive do deputado Marco Maia".Revista. Maia também já foi tema de reportagem de capa da revista institucional da Souza Cruz em fevereiro. A publicação trouxe entrevista de duas páginas com o deputado, na qual ele fala sobre suas metas à frente da presidência da Casa.Nas páginas seguintes, a mesma edição traz uma reportagem sobre o Projeto de Decreto Legislativo (PDC) n.º 3034/2010, do deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS), que tem como objetivo anular os efeitos da consulta pública feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para proibir o uso de aromatizantes na fabricação dos cigarros. A Anvisa analisa as sugestões enviadas pela sociedade civil.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.