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Deputados pedem prisão de policiais acusados no Rio

Por Agencia Estado
Atualização:

A comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) vai recomendar hoje ao Ministério Público que peça a prisão preventiva dos policiais civis acusados da execução de duas pessoas no Morro da Providência na segunda-feira. Insatisfeitos com o modo como a delegada Tatiana Lorch, da Corregedoria de Polícia Civil, conduziu o depoimento de uma testemunha ocular do crime, os deputados Alessandro Molon, presidente da Comissão de Segurança Pública, e Geraldo Moreira, presidente da Comissão de Direitos Humanos, foram ontem à Providência para ouvi-la novamente. "Encaminharemos o depoimento ao Ministério Público com a sugestão de pedir a prisão preventiva dos policiais. Entendemos que o depoimento foi bastante consistente, elucidativo e, portanto, suficiente para embasar o pedido de prisão", afirmou Molon. O deputado disse que a testemunha viu quatro policiais da Coordenadoria de Operações Especiais (Core) e reproduziu seus diálogos. Um policial teria perguntado a outro porque um dos rapazes ainda estava vivo. Ao ouvir a resposta de que o jovem seria levado para o hospital, segundo a testemunha, o policial sentenciou: "Levar pro hospital p... nenhuma. Mata logo essa p... e vamos dizer que foi tiroteio". Ele critica o fato de os policiais estarem apenas afastados de suas funções. Nessa condição, apesar de existirem fotos mostrando que os homens mortos haviam sido completamente dominados, os agentes continuam livres para circular pela cidade, com suas armas, uniformes e insígnias. Os mortos são Charles Machado da Silva, de 16 anos, e Luciano Custódio Sales, de 24, que, segundo a Secretaria de Segurança Pública tinha passagem na polícia por tráfico de drogas e porte ilegal de arma. O caso resultou na exoneração do delegado que chefiava a Core, Gláucio Santos.

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