Descoberto mais um cemitério clandestino no RJ

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Por Agencia Estado
Atualização:

A polícia descobriu um cemitério clandestino na Favela Parada Angélica, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, supostamente usado por traficantes ligados a Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, principal fornecedor de maconha para o Estado, preso em Brasília. Pelo menos 20 pessoas foram enterradas no local. A polícia acredita que vá encontrar corpos de moradores da favela que desobedeceram ordens de traficantes e não abandonaram suas casas, além de ossadas de pessoas ligadas ao comércio de drogas. Três suspeitos foram presos e um deles relatou como foram algumas das mortes, segundo a polícia. Os bombeiros já desenterraram sete corpos, cinco somente hoje. As duas primeiras ossadas, de um casal, foram encontradas há uma semana. De acordo com informações do titular da Delegacia de Homicídios da Baixada, Antônio Silvino, o casal matou um morador da favela a fim de ocupar a casa dele, no início do mês. No dia 19, o chefe da boca-de-fumo Marcos Paulo Rodrigues de Oliveira, o Fiel, comandou o assassinato do casal, já que marido e mulher agiram sem autorização do tráfico. Ele teve a ajuda dos traficantes identificados apenas como Pé-de-Pano e William. No dia seguinte, Fiel passaria de algoz a vítima. Pé-de-Pano recebeu ordem do traficante Juca Bom, encarcerado no presídio de segurança máxima Bangu 3, para executar o chefe da boca-de-fumo, suspeito de desfalcar o comércio de drogas. "A Parada Angélica é de Beira-Mar (controlada pelo traficante), mas as ordens diretas são passadas pelo Juca Bom", explicou o delegado Silvino. De acordo com Silvino, nenhum dos corpos foi identificado ainda. Durante a operação, a polícia prendeu Deocleciano Balbino da Silva, o Déo, de 19 anos, Adriano Pereira dos Santos, o Adrianinho, de 23, e Ronaldo Modesto da Silva, o Fumaça, de 21. "Déo abriu tudo. Ele disse ainda que Adrianinho e Fumaça tiveram participação na morte de Fiel", contou Silvino. Equipes da Delegacia de Homicídios estão em busca de Pé-de-Pano. "O problema é que ele não tem parada certa, se abriga na casa de moradores da favela", disse o delegado.

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