Descoberto novo coração em siamesas

Meninas nasceram no domingo unidas pelo tórax e abdômen

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A descoberta de um outro coração em uma das crianças aumentou as chances de vida das irmãs Aline e Analu, que nasceram unidas pelo tórax e abdômen, domingo, em Penápolis, interior de São Paulo. Elas estão internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Base de São José do Rio Preto, onde um grupo de 15 médicos faz exames para saber as chances de vida e a possibilidade de se realizar uma cirurgia para separá-las. Inicialmente, os médicos pensavam que as siamesas tinham um único coração, mas um ecocardiograma realizado na tarde de segunda-feira descobriu um novo coração, aumentando as chances das duas sobreviverem. No entanto, elas correm risco de morte, embora o estado continue estável desde que entraram no hospital na noite de domingo. Nesta terça-feira, as meninas passaram por uma tomografia para saber se além do fígado, elas têm em comum algum outro órgão. O resultado, que deverá ser divulgado nesta quarta-feira, vai mostrar se o intestino também é único ou se cada uma das meninas tem um. Outro exame esperado é o de ressonância magnética nuclear, mas não deverá ser feito até que o estado delas melhore. Uma das meninas, que apresentou baixo índice de oxigenação por ter um coração menor que o da irmã, está respirando com ajuda de aparelhos. O hospital explicou, por meio da assessoria, que o exame de ressonância necessita de maiores cuidados por exigir anestesia. O hospital também informou que ainda não se cogita a realização de cirurgia, já que os médicos pensam primeiro nas chances de vida das gêmeas, que, mesmo com a descoberta do novo coração, ainda são poucas. Orações A mãe das meninas Zilda Galdino Borges, 41 anos, se recupera da cesárea em casa, na cidadezinha de Braúna, na região de Araçatuba, onde faz orações com grupos de moradores. "Estou rezando muito. Deixei nas mãos de Deus. O que Ele escolher, para mim está bom", disse ela. "É assim, desde que soube que seria um parto difícil", diz. Por falta de equipamentos hospitalares na sua cidade, Zilda ficou sabendo das filhas siamesas somente na 16ª semana de gravidez, em Penápolis, cidade próxima de Braúna, onde os médicos repassaram o caso para São Paulo. Quando conseguiu a viagem do Sistema Único de Saúde (SUS) para São Paulo, já era tarde, não havia mais chances de fazer o aborto. Os bebês nasceram prematuros, na 35ª semana de gestação. Ela disse nesta terça-feira, 04, que pretende ver as crianças na próxima sexta-feira, quando espera estar em condições físicas para viajar os 150 km que separam sua cidade de São José do Rio Preto. Seu marido, Valdir Borges, deveria visitar as filhas na noite desta terça-feira. "Espero que tudo corra bem e que Deus escolha a melhor sorte para mim", disse.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.