
12 de novembro de 2010 | 00h00
Dilma não pretende abrir mão do controle da inflação, mas não pretende sacrificar a expansão econômica brasileira para atender apelos "fiscalistas" por um maior aperto das contas públicas. Por tudo o que fez até agora à frente da Fazenda, Mantega deixou claro que compartilha dessa avaliação. A permanência do ministro fortalece ainda mais os sinais de que Henrique Meirelles deixará o comando do Banco Central a partir de janeiro. Dilma sabe que precisa de uma equipe afinada e deve evitar, a todo custo, a repetição do jogo de intrigas que por vezes marcou a relação entre os dois principais nomes da equipe econômica de Lula.
O comportamento de Mantega em relação à forte desvalorização do dólar americano também é outro fator que contribui para sua permanência. Antes mesmo de ser eleita, Dilma já havia elogiado as medidas adotadas por seu ex-colega de governo para evitar que o real se valorizasse ainda mais. O fator Lula também não pode ser esquecido. O presidente foi um bom cabo eleitoral para a permanência do ministro. A decisão acaba refletindo uma particularidade que somente Mantega conseguiu demonstrar até agora. É uma cara do governo passado, com um espírito afinado com a futura administração.
É JORNALISTA DE "O ESTADO DE S. PAULO"
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