PUBLICIDADE

Desligamento do transponder não foi proposital, diz delegado

Ramon Almeida da Silva disse que não vê indícios de que o desligamento do transponder do jato que colidiu com o Boeing da Gol tenha sido proposital

Por Agencia Estado
Atualização:

O delegado da Polícia Federal, Ramon Almeida da Silva, que preside o inquérito sobre o acidente com o Boeing da Gol, disse nesta terça-feira, 19, em audiência pública na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor, Fiscalização e Controle do Senado, que não há indícios de que o desligamento do transponder - equipamento que permite comunicação precisa com radares - do jato Legacy tenha sido proposital. O jato colidiu com o Boeing no dia 29 de setembro, no Mato Grosso, causando a morte de 154 pessoas. Segundo ele, os registros da caixa-preta mostram que o equipamento ficou inoperante por cerca de 50 minutos. Só após o choque é que os pilotos americanos, Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, se deram conta de que o transponder não funcionava. "Houve dois diálogos que fazem referência ao sistema anticolisão, mas eles não são esclarecedores. Dois minutos depois da colisão os pilotos perceberam que, se bateram em algo, o sistema anticolisão não funcionava. E, segundos depois, o aparelho volta a emitir sinais", disse o delegado. Silva acredita que os pilotos americanos tenham acionado, involuntariamente, algum botão, o que teria ocasionado o desligamento do transponder. "É muito pouco provável que isso tenha ocorrido voluntariamente", afirmou o delegado. Ele esclareceu que o indiciamento de Lepore e Paladino se deu porque, na avaliação da PF, os pilotos "tinham a obrigação jurídica de manter observância sobre o painel de controle" para verificar se o transponder funcionava normalmente. O policial não soube informar se no dia do acidente os controladores do Centro de Controle Aéreo de Brasília (Cindacta-1) monitoravam mais aeronaves do que o recomendado. "Não tenho elementos no inquérito que me levem a concluir isso. Mas também não posso detalhar essa informação", diz ele, lembrando que as investigações da PF não têm o objetivo de apurar as condições de segurança de vôo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.