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Desmarcada posse da nova prefeita de Dourados

Vereadora Délia Razuk (PMDB) prefere aguardar 'novas instruções da Justiça'; prefeito foi preso por corrupção

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Por Redação
Atualização:

A única vereadora "ficha limpa" na Câmara Municipal de Dourados, em Mato Grosso do Sul, anunciou ontem que, às 18 horas, assumiria a Prefeitura. Mas, faltando meia hora para Délia Razuk - que não foi indiciada no esquema de corrupção na cidade conhecido como "farra das propinas" - tomar posse do cargo, a cerimônia foi cancelada, atendendo determinação da Justiça. Délia informou que vai aguardar "novas instruções". A razão seria o fato de o vice-prefeito Carlinhos Cantor (PR) ainda manter o direito legal de reassumir o cargo. Apesar de estar preso na Penitenciária Harry Amorim, em Dourados, Cantor não renunciou e tampouco foi afastado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS), como ocorreu com o prefeito Ari Artuzi (sem partido). Afastados. Cantor não é o único que pode reassumir o cargo. A exemplo dele, os 11 vereadores que estão sendo processados por corrupção, formação de quadrilha e direcionamento de licitações públicas, têm pleno direito de voltar às suas funções na Câmara. A situação poderá ser normalizada quando o TJ-MS receber pedido do Ministério Público pedindo o afastamento de todos os envolvidos no esquema de corrupção.Como essa providência ainda não foi adotada - exceto no caso dos vereadores Edvaldo Moreira (PDT), Sidlei Alves (DEM) e Júnior Teixeira (PDT), que continuam presos - os demais seguem exercendo o cargo normalmente na Câmara Municipal. Délia Razuk evitou comentar o episódio. Disse apenas que "é preciso trabalhar no sentido de reordenar os poderes Legislativo e Executivo, conforme o que estava fazendo o juiz Eduardo Machado Rocha". Tumulto. Dos 12 vereadores que formam o poder legislativo de Dourados, 11 foram denunciados pelo Ministério Público Estadual como réus no esquema de propina. Entre eles está o ex-presidente da Câmara, Sidlei Alves (PT), que renunciou ao cargo, assumido por Délia Razuk. Délia foi eleita presidente da Câmara Municipal durante uma sessão tumultuada, na semana passada. A Polícia Militar usou bombas de efeito moral e deteve alguns dos manifestantes, que protestavam contra a corrupção. Logo depois de ter sido escolhida, a vereadora solicitou à Justiça o posto de prefeita, ocupado há 15 dias pelo diretor do fórum de Dourados, juiz Eduardo Machado Rocha.O pedido de Délia Razuk foi atendido na última sexta-feira, quando o desembargador do Tribunal de Justiça João Carlos Brandes Garcia assinou medida cautelar que cancelava a nomeação do magistrado. Rocha havia combinado com Délia no domingo que faria ontem a transmissão do cargo.

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