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Detentos fazem dois reféns em Santo André

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de tentarem uma fuga sem sucesso, presos do Centro de Detenção Provisória de Santo André se rebelaram e tomaram cinco funcionários como reféns. Dois carcereiros continuavam sob a mira de armas de fogo. A rendição está sendo negociada pelo diretor do presídio, Luís Dantas Cruz Júnior. A ação ousada começou por volta das 18h45. Aproximadamente 50 presos, que estavam no pátio, passaram a correr em direção ao portão, uma tática que, na gíria, é chamada de "cavalo doido". Muitos estavam armados e começaram a atirar contra os policiais militares que estavam nas guaritas. Rajadas de metralhadoras também foram disparadas na direção aos policiais por bandidos que estavam do lado de fora presídio, dando cobertura ao esquema de fuga. Mas os policiais revidaram e conseguiram balear dois presos. Um deles foi atingido na coxa e está fora de perigo. O outro, baleado na cabeça, morreu ao dar entrada no Centro Hospitalar de Santo André. Os nomes não foram divulgados pela direção do presídio. Segundo o soldado Wilson Leão, que participou do confronto, os presos tinham pelo menos 20 armas, entre revólveres e pistolas. "Não sei como consegui escapar com vida", disse Leão. Ninguém conseguiu fugir, mas quando eram conduzidos de volta às celas, eles conseguiram tomar os funcionários como reféns. De acordo com funcionários, os reféns estão em boas condições e não apresentam ferimentos. Eles não revelaram quais eram as reivindicações feitas pelos presos. No pátio do presídio foram encontradas uma "teresa", corda improvisada com lençóis, e uma escada feita com pedaços de madeira e de ferro, que seriam usados para escalar as muralhas e atingir a rua. A polícia também encontrou duas metralhadoras escondidas no matagal próximo ao presídio. O Centro de Detenção Provisória de Santo André abriga aproximadamente mil presos, entre eles um dos seqüestradores do prefeito da cidade, Celso Daniel, que foi assassinado no início deste ano. A capacidade do local é para apenas 500 detentos.

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