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Detetive é condenado a 14 anos por matar modelo

Por Eduardo Kattah
Atualização:

O detetive particular Reinaldo Pacífico de Oliveira Filho, de 41 anos, foi condenado na madrugada de ontem em Belo Horizonte a 14 anos de prisão pela morte da modelo Cristiana Aparecida Ferreira. Em agosto de 2000, ela foi achada morta num flat da cidade, aos 24 anos. Laudo da Polícia Civil da época concluiu que havia suicidado ao ingerir veneno de rato. O Ministério Público Estadual, no entanto, reabriu as investigações em 2002, concluiu que ela fora assassinada e denunciou Pacífico. Nas 13 horas de sessão e após ouvir a sentença, Pacífico reafirmou inocência. Ele ganhou do juiz presidente do I Tribunal do Júri, Carlos Henrique Perpétuo Braga, direito de aguardar recurso em liberdade. Já a acusação considerou "justo" o resultado e promete pressionar o MPE a buscar os "mandantes". O caso teve grande repercussão porque Cristiana, que se apresentava como miss, costumava circular entre políticos mineiros. A quarta testemunha foi o ex-governador Newton Cardoso, arrolado pela defesa. "Vim falar sobre a Faixa de Gaza", disse, irônico, ao chegar ao tribunal. Irritado ao ser questionado pela acusação, Cardoso negou que tivesse sido amante da modelo e disse que a viu apenas uma vez, no Palácio da Liberdade, em companhia do então governador, Itamar Franco, e seu secretário de Governo, Henrique Hargreaves. Mas assumiu ser dono de apartamento no mesmo andar do flat. O ex-ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, também arrolado, não compareceu por viagem aos Estados Unidos. A segunda testemunha, José Nunes, disse que Pacífico lhe confessou que teria matado por ciúme. E que Cristiana costumava transportar dinheiro de políticos. Para o irmão da modelo, Eduardo Ferreira, a morte foi queima de arquivo.

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