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DF quer ter menos mendigos e dá passagem de ônibus

Por Agencia Estado
Atualização:

O Governo do Distrito Federal (DF) resolveu diminuir o grau de mendicância na cidade. Um anúncio publicado em jornais do DF oferece passagens de ônibus para moradores de rua que desejarem retornar aos Estados de origem. E foi o próprio governo quem incentivou, na década passada, a vinda de migrantes nordestinos, muitos deles transformados hoje em pedintes. Nos últimos anos o número de mendigos aumentou principalmente no Plano Piloto de Brasília, área onde se concentra a classe média e funcionários públicos da cidade. No período correspondente às festas de final de ano, o volume de pedintes aumenta, chegando ao ponto de formarem pequenos acampamentos ao longo dos eixos rodoviários que separam os blocos de apartamentos nas superquadras. O governo escolheu 17 pontos onde o número de mendigos é maior, atingindo inclusive os bairros mais nobres do Distrito Federal, que são as áreas residenciais dos Lagos Sul e Norte. "Esta migração é sazonal. Sempre acontece entre novembro e dezembro", afirma o secretário de Comunicação do GDF, Welligton Moraes. A maioria dos mendigos vem do Nordeste, principalmente da cidade baiana de Barreiras, a mais próxima do Distrito Federal. Mas também há registro de migração acentuada de pessos do norte de Goiás, Tocantins e do Maranhão. "Eles chegam, não encontram empregos e ficam perambulando pelas ruas ou concentrados em áreas da cidade", explica Moraes. E uma das formas encontradas pelo governo para acabar, ou pelo menos diminuir a mendicância é devolvê-los a seus Estados. Anúncio - Um anúncio publicado na imprensa informa que a "Secretaria de Ação Social vai pagar as passagens de ônibus para que esses migrantes retornem às suas cidades". Os que moram no Entorno de Brasília, segundo a publicação, "deverão voltar para casa após alguns dias de permanência no Centro de Triagem de Taguatinga." "Há uma operação de convencimento, nunca os mandamos embora à força. Respeitamos o direito e ir e vir, determinado pela Constituição", afirma Moraes. Mas, segundo moradores antigos da cidade, foi o próprio governador Joaquim Roriz (PMDB) quem incentivou, em seu governo - 1989 e 1990 - , a migração, criando pelo menos quatro novas cidades-satélites: Recanto das Emas, Samambaia, Paranoá e Riacho Fundo. Além de ampliar Planaltina, Ceilândia, Sobradinho e Taguatinga, aumentando em torno de um milhão o número de habitantes do DF.

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