Dia de Pokémon tem coristas de Haten

E na selva da Animale, Raquel Zimmermann usa transparências

PUBLICIDADE

Por Adriana Del Ré , Deborah Bresser , Eduardo Diório e Valéria França
Atualização:

Gloria Coelho, da G, fez uma coleção impecável para uma mulher que definiu como "menina Pokémon", mas que em nada lembrava o desenho animado. A estilista emocionou e fez um desfile criativo do começo ao fim. Tirou o fôlego da plateia com vestidos com paetês de estrela, capas de verão de tule de algodão, transparências e uma seleção de vestidos futuristas. O desfile foi tão intenso que ofuscou os demais do dia. Erika Ikezili e 2nd Floor trouxeram para o palco a figura delicada da bailarina. A primeira traduziu em tecido o universo da dançarina francesa Sylvie Guillem e dos quadros de Edgar Degas. A estilista acertou a mão ao combinar a leveza do balé clássico e a rigidez do moderno, alternando tecidos mais leves com base de algodão e gabardines mais pesadas - e linho com elastano. Já a 2nd Floor abriu o desfile com uma bailarina de verdade, dançando em cima de um carrossel, com um cenário que misturou imagens de França, Inglaterra e Brasil. A coleção foi totalmente anos 80, trazendo de volta ícones como blazer boyfriend, aquele grandão, e com as mangas arregaçadas. O forte da coleção foram os vestidos, de cintura bem marcada com cintos finos ou laços. Para a coleção da grife Maria Garcia, dirigida por Clô Orozco e executada por Camila Cutolo e sua equipe, a inspiração veio das imagens do diretor de cinema Tim Burton e do fotógrafo inglês Tim Walker. Mostrou vestidos acima do joelho em tons fortes, tomara-que-caia de couro, modelos fluidos recheados de paetês e peças com babados. Destaque para as mangas trabalhadas, com comprimentos variados. Fause Haten colocou na passarela saias volumosas e casaquetos de mangas em cascata, e segue para roupas que dançam ao som da música, bodies nude com franjas de cabaré. O estilista vai aumentando o volume, com imensas mangas, laços descomunais e tem seu melhor momento nos vestidos de cristal colorido. A cintura é bem marcada, as costas são nuas. Ato voluntário na SPFW? Sim, foi o que fez a marca carioca OEstudio com a coleção Eu Te Hemo. Segundo os criadores, no começo do ano, o Hemorio, centro hematológico do Rio, pediu ajuda aos estilistas na causa da doação de sangue. E foi o que fizeram. A coleção tem como base o vermelho e parte das peças surgiu com aquele caninho por onde passa o sangue - repaginado, feito de algodão. SELVAGEM A noite acabou com Raquel Zimmermann, pela Animale, saindo do coração de uma selva estilizada, porém trancafiada por portões de ferro. Foi um show. Os portões se abriram e Raquel saiu, arrancando aplausos de todos. Séria, a top não deu sequer um sorriso de volta. Seguiu firme. E na sequência vieram modelos com roupas desconstruídas, rasgadas, muita transparência. E quem assistiu percebeu a mão da estilista Priscilla Darolt, que carimbou com blazers desestruturados, com golas desiguais.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.