
03 de dezembro de 2010 | 00h00
Nove dias depois anunciar os principais nomes de sua equipe econômica, e dois dias após de desautorizar anúncio do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), sobre a escolha de Sérgio Côrtes para o Ministério da Saúde, a presidente eleita, Dilma Rousseff, começa a atender o PMDB, seu principal aliado e partido do vice, Michel Temer.
Dilma deverá anunciar hoje três ministros indicados pelo PMDB, todos negociados com a cúpula do partido, reforçando a posição de Temer.
Além dos peemedebistas, Dilma anunciará também a escolha do grupo conhecido como "Cozinha do Planalto", integrado pelos ministros mais próximos a ela e os de outras pastas, como Relações Exteriores, cujo escolhido foi Antonio Patriota, atual secretário executivo da pasta
Na negociação com o PMDB, a presidente eleita decidiu confirmar o ex-deputado Wagner Rossi (SP), da cota pessoal do vice Michel Temer, que será mantido no Ministério da Agricultura.
O senador Edison Lobão (MA) volta ao Ministério das Minas e Energia por um acordo entre o grupo do presidente do Senado, José Sarney (AP), do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma. Nelson Jobim permanece no Ministério da Defesa. Jobim, embora do PMDB, teve como padrinho o presidente Lula.
Hoje, o partido perderá oficialmente o comando do Ministério das Comunicações, que ficará com o atual ministro do Planejamento, o petista Paulo Bernardo, escolha pessoal de Dilma.
Ela pretendia aproveitá-lo ao seu lado, no Palácio do Planalto, mas avaliou que o aliado poderá arrumar o Ministério das Comunicações. A pasta é hoje foco de problemas, principalmente por causa dos Correios, envolvidos em denúncias de corrupção e tráfico de influência.
Também deverão ser anunciadas hoje as escolhas de Antonio Palocci para a Casa Civil e de Gilberto Carvalho para a Secretaria-Geral do Palácio do Planalto, estes os ministros tidos como os da "Cozinha".
O deputado José Eduardo Martins Cardozo (PT-SP), amigo de Dilma e integrante da equipe de transição, ficará com o Ministério da Justiça.
Antes, Dilma havia anunciado sua equipe econômica: Guido Mantega, que foi mantido na Fazenda, Alexandre Tombini para o Banco Central, no lugar de Henrique Meirelles, e Miriam Belchior para o Planejamento, em substituição a Paulo Bernardo.
Dilma fez um convite para que o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) passe a integrar seu governo. A princípio, ele deverá ir para o lugar de Luiz Barreto, do Turismo, que é ligado ao PT paulista. Mas Valadares poderá receber outra pasta, já que Turismo está sendo muito disputada pelos partidos aliados por causa da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016.
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