13 de outubro de 2010 | 00h00
A petista ressuscitou no debate a tática usada em 2006 pelo então candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra Geraldo Alckmin (PSDB) - que acusou o tucano de querer vender a Petrobrás e o Banco do Brasil. Dilma levantou a suspeita de que José Serra pode apoiar a "privatização do pré-sal".
Para fazer a ilação sobre a ameaça de privatização do pré-sal, Dilma citou de maneira deturpada entrevistas concedidas por Zylbersztajn, na terça-feira passada, no Rio, durante um seminário da revista Exame sobre o petróleo. Parafraseando o escritor Eça de Queirós, ele considerou a deturpação um caso de "má fé cínica".
O economista, que foi o primeiro presidente da Agência Nacional de Petróleo (ANP), criada no governo Fernando Henrique Cardoso, em 1997, defendeu a manutenção do regime de concessões na exploração do pré-sal, em vez da proposta do governo Lula, que enviou ao Congresso projeto - ainda em tramitação - para implantar o regime de partilha. No esclarecimento, o economista rebateu a informação de que seria assessor de José Serra. "Não sou, nem nunca fui assessor do candidato (Serra)".
Ao considerar a partilha "um modelo danoso aos interesses do país", o economista lista, entre outros motivos, o fato de que ele obrigou o governo "a criar uma estatal para comprar e vender petróleo".
No encerramento da nota, o economista destaca que o governo Lula já usou o modelo das concessões para leiloar áreas do pré-sal. " Durante o governo FHC foram realizados 4 leilões sob este regime (num dos quais foram licitadas as áreas do pré-sal). No governo do PT foram 6 (leilões). Ou seja, se este é um modelo privatizante, foi aplicado de forma bem sucedida e permanente pelo governo do qual fazia parte a candidata Dilma, inclusive na qualidade de Ministra de Minas e Energia", afirmou.
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