Dilma e Palocci negam mudanças na campanha

Segundo os dois, ex-prefeito Fernando Pimentel não deixará a coordenação política por conta do caso do dossiê

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Por Malu Delgado e SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Atualização:

Factoide. Pimentel fora da campanha é 'invenção', disse Dilma     A pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, e o deputado Antonio Palocci, que a acompanhava em visita a empresas em São José dos Campos (SP) ontem, negaram que vá haver alterações no núcleo da campanha por conta do episódio do dossiê. Afirmaram também que o ex-prefeito Fernando Pimentel não deixará a coordenação política.

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Dilma sustentou nunca ter tomado conhecimento da existência de documentos contra seu adversário José Serra (PSDB) e assegurou que, se de fato existir algum dossiê, ele não foi produzido a mando da campanha do PT.

No fim da tarde, ao término de entrevista à imprensa de menos de dez minutos no pátio da Embraer, Dilma foi questionada pelo Estado se Pimentel estaria fora da campanha devido à crise política. "Não, isso é uma invenção. Factoide é isso", afirmou, aparentemente irritada, quando já deixava o local da entrevista e se virou repentinamente para responder aos jornalistas.

Palocci, que segundo dirigentes do PT passaria a ter absoluto controle político da campanha com o afastamento de Pimentel, emendou em seguida: "O Fernando continua na campanha conosco."

Minutos antes, quando percebeu que os jornalistas abordariam a questão do dossiê, Palocci orientou assessores de Dilma a encerrarem logo a entrevista.

O ex-prefeito de Belo Horizonte passou a ser alvo de ataques internos pela suposta ligação com um esquema de espionagem que teria sido montado para o PT pelo delegado aposentado da Polícia Federal Onézimo Souza contra Serra.

"Reitero o que já disse. Tais documentos, se eles existirem, porque eu não tenho conhecimento deles, e porque eu não os vi, não foram elaborados pela nossa campanha. Vamos deixar isso claro. E qualquer outra ilação é uma falsidade. Era bom que aparecessem esses documentos aos quais todo mundo se refere e ninguém demonstra a existência deles", afirmou a pré-candidata.

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Minas. Fragilizado politicamente, Pimentel cedeu à decisão do PT nacional de garantir ao PMDB a candidatura ao governo de Minas, com o ex-ministro Hélio Costa (Comunicações) na chapa majoritária. O ex-prefeito disputará o Senado na coligação. Ele havia vencido as prévias em Minas numa disputa com o ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social).

Dilma amenizou possíveis desavenças entre o PT e o PMDB no Estado. "A solução foi aquela decidida pelo partido de Minas e nacional. Tanto em Minas quanto em São Paulo nós temos tido o cuidado de levar em conta o interesse do partido nessas regiões. Acho que o PT considera essa parceria com o PMDB estratégica", afirmou a ex-ministra.

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