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Dilma refaz convite e Jobim ficará na Defesa

Primeiro contato foi feito por Antonio Palocci, mas eleita conversou com o ministro em seguida; indicação reflete o desejo do presidente Lula

Por Eugênia Lopes e BRASÍLIA
Atualização:

O ministro da Defesa, Nelson Jobim (PMDB), vai permanecer no cargo no governo de Dilma Rousseff. O convite foi feito pela presidente eleita e aceito horas antes de Jobim aparecer em rede nacional chancelando o apoio das Forças Armadas no combate ao crime no Rio de Janeiro. Interlocutores de Dilma informaram que a conversa entre os dois foi "longa e boa".Jobim já havia sido sondado para permanecer no cargo pelo deputado Antonio Palocci (PT-SP), um dos coordenadores da equipe de transição. Jobim havia questionado quais seriam as condições da permanência e Palocci foi evasivo. Coube a Dilma refazer o convite na sexta-feira.A presidente eleita quer desidratar o Ministério da Defesa. Ela pretende criar uma pasta específica, com status de ministério, como revelou o Estado, para cuidar dos aeroportos. Essa função hoje é da Infraero, subordinada ao Ministério da Defesa.A permanência de Jobim na Defesa era um desejo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os peemedebistas já avisaram que Jobim não será uma indicação partidária. No futuro governo, o PMDB espera ficar com pelo menos cinco pastas. Hoje, o partido comanda seis ministérios, além do Banco Central.À medida que o xadrez político da Esplanada dos Ministérios avança, as lideranças de partidos aliados ficam inquietas sobre como se dá o "leilão". Os principais alvos de cobiça são os ministérios hoje comandados pelo PMDB e PP. As preocupações dos aliados cresceram depois que Dilma decidiu não manter nas pastas os mesmos aliados."Essa ideia de que cada um fica onde está não vinga. Esse é o primeiro ano do governo Dilma e ela está montando seu ministério", afirma o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP).Na arrumação da Esplanada, é o PMDB que corre o risco de perder mais espaço. As pastas das Comunicações e da Integração Nacional, hoje nas mãos de peemedebistas, poderão ficar com o PT e o PSB, respectivamente. Em contrapartida, o Ministério das Cidades, com o PP, poderá ir para o ex-governador Wellington Moreira Franco, do PMDB.Enquanto os ministérios nas mãos de partidos aliados entram nas negociações, o mesmo não ocorre com as pastas comandadas por petistas. Segundo uma liderança do PMDB, Dilma e seus assessores "só falam em alta rotatividade em ministérios ocupados por aliados, e ninguém fala disso nos 17 ministérios do PT". Para a Previdência, por exemplo, Dilma cogita chamar o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT).

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