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Dilma usa privatização para atacar Serra

Petista confirma repetição de estratégia da campanha de 2006 no segundo turno

Por Eduardo Kattah e Marcelo Portela
Atualização:

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse ontem que a defesa feita por seu adversário, José Serra (PSDB), das privatizações no governo Fernando Henrique é uma "tentativa de se vacinar" contra a estratégia petista de comparar as gestões Lula e FHC. Em Minas, Dilma manifestou-se de forma enfática sobre o aborto, ao afirmar que pessoalmente é contra, mas na Presidência vai tratar o assunto como uma questão de saúde pública. Em passagem tumultuada pelo Mercado Central da capital mineira, a petista aproveitou para reagir no mesmo tom às declarações de Serra em encontro com aliados em Brasília, na quarta-feira. "Eles poderiam refazer as privatizações, mas não refizeram", disse Serra.Dilma indicou que a tática é colar no tucano a pecha de privatista, como foi feito com Geraldo Alckmin no segundo turno da eleição presidencial de 2006. "Acho que (a defesa de Serra das privatizações) é uma tentativa de se vacinar contra o fato de que quando a gente começar a comparar o governo FHC com o do presidente Lula, vai ficar claro que enquanto eles vendiam ações da Petrobrás e arrecadavam US$ 5 bilhões - e vendiam ações - nós aumentamos as ações e obtivemos US$ 70 bilhões", disse, se referindo ao processo de capitalização da estatal. A campanha petista escolheu a pequena capela Nossa Senhora de Fátima, no estacionamento do Mercado Central, para que Dilma falasse à imprensa. Ela foi recepcionada por jovens de congregações católicas e por representantes de igrejas evangélicas, entre eles o deputado reeleito Mário de Oliveira (PSC), presidente da Igreja do Evangelho Quadrangular, uma das cinco maiores neopentecostais do País.Representantes das congregações católicas - Agostinianos, Maristas e Sacramentinos de Nossa Senhora - preparam um manifesto que seria entregue à candidata do PT. Como o texto chegou na última hora, não houve tempo para uma redação de consenso. "A minha posição pessoal é contra o aborto. Mas, como presidente não posso deixar de encarar. Não posso tratar essa questão como uma questão pessoal, só", destacou Dilma, alegando que tem sido vítima de campanha clandestina, que "faz parte do submundo da política".

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