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Dipo vai decidir sobre pedido de prisão de Tatto

Juíza não decidiu sobre o pedido de prisão preventiva de Jilmar Tatto, acusado de associação ao crime organizado. Inquérito foi encaminhado para o Departamento de Inquéritos Policiais (Dipo), no Fórum da Barra Funda

Por Agencia Estado
Atualização:

A juíza da 2ª Vara Criminal de Santo André, Aparecida Angélica Correia, não decidiu sobre o pedido de prisão preventiva de Jilmar Tatto, ex-secretário dos Transportes na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy, feito pelo Departamento de Investigações sobre Entorpecentes (Dise) de Santo André. Ela encaminhou o inquérito para o Departamento de Inquéritos Policiais (Dipo), no Fórum da Barra Funda. Com isso, o pedido de prisão será apreciado por um dos seis juízes do Dipo. Tatto é acusado de associação ao crime organizado, infiltrando traficantes de entorpecentes e membros da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) em entidades que congregavam perueiros. Segundo a polícia, Tatto assinou uma autorização para que perueiros da extinta cooperativa Transmetro fossem incluídos na cooperativa Cooper Pam - ambas são acusadas de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Tatto é acusado de prevaricação e formação de quadrilha sob a alegação de que o termo de permissão 421/03, assinado por ele, contraria a Lei de Licitações. Acusação O dirigente da cooperativa de perueiros Cooper Pam, Luiz Carlos Efigênio Pacheco, o Pandora, foi solto no dia 16 depois de ficar dez dias preso sob acusação de ter financiado com dinheiro das lotações a tentativa de resgate de um preso do PCC da Cadeia Pública de Santo André, em março. Ele nega ligação com o crime organizado. Ele disse em interrogatório que foi por determinação de Tatto que a Cooper Pam teve de abrigar integrantes da cooperativa Transmetro, dominada por pessoas ligadas ao PCC. Os fatos descritos ocorreram durante o processo de licitação das linhas feito na administração passada. Pacheco, o Pandora, não esclareceu se Tatto tinha conhecimento de que dirigentes da Transmetro eram criminosos. Ele contou que, com a prisão de um dos líderes da cooperativa, Antonio José Müller Júnior, o Granada, soube das relações da Transmetro com o PCC. "O fato gerou extremo medo, o que levou a Cooper Pam a ceder veículos à Transmetro." Na época, Tatto anunciou, segundo Pandora, a extinção da Transmetro e informou que seus membros seriam absorvidos pelas demais cooperativas. "O Granada tinha um ótimo relacionamento com o Tatto", disse Pandora, que "ouvia boatos" de que o PCC comandava a garagem 2 da Cooper Pam (a G-2). Na época das denúncias, Tatto negou ter interferido em favor da cooperativa Transmetro. Ele disse que a licitação para concessão de ônibus e peruas foi transparente. "Todas as denúncias de banditismo, mortes, ligações desses setores com o crime organizado, foram encaminhadas à polícia." Apuração O prefeito Gilberto Kassab (PFL) determinou à Secretaria Municipal dos Transportes que apure a veracidade das denúncias sobre o envolvimento da cooperativa de perueiros Cooper Pam com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Também será investigada a eventual interferência de Tatto para que membros da empresa Transmetro fossem aceitos na Cooper Pam durante a licitação feita na administração petista. (Colaboraram: Marcelo Godoy, Marisa Folgato e Bruno Paes Manso)

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