PUBLICIDADE

Diretor de Bangu 3 é assassinado

Por Agencia Estado
Atualização:

O diretor do presídio Bangu 3, Abel Silvério, foi assassinado a tiros nesta terça-feira à noite, pouco antes das 20 horas, na Avenida Brasil. Segundo a polícia, o crime foi cometido por homens que estavam em dois carros: um Tempra preto e um Vectra. Testemunhas contaram que o Tempra emparelhou com o automóvel de Silvério, um Corsa branco, na pista sentido zona oeste, e seus ocupantes atiraram com fuzis e escopetas contra o diretor, que ia para casa, em Seropédica, Baixada Fluminense. Peritos da Polícia Civil afirmaram que ele foi atingido pelo menos dez vezes. Silvério já havia dirigido os presídios Esmeraldino Bandeira e Bangu 2. Ele é o terceiro diretor de Bangu a ser executado. Após os primeiros tiros, o carro do diretor de Bangu 3 bateu em um ônibus. Os assassinos, então, desceram do Tempra e continuaram atirando. Eles estavam vetidos de preto e usavam capuzes da mesma cor. O crime aconteceu na altura da Vila Kennedy, na zona oeste. Na segunda-feira, Silvério havia prestado depoimento à Corregedoria do Departamento de Sistema Penitenciário (Desipe) sobre a morte do traficante Márcio Amaro de Oliveira, de 33 anos, o Marcinho VP, assasinado por estrangulamento dentro de Bangu 3 em 28 de julho. Em 24 de julho, o coordenador de segurança do Complexo Penitenciário de Bangu, Paulo Roberto Rocha, foi morto, também na Avenida Brasil, com um tiro no tórax, por homens que estavam numa motocicleta. Ele voltava para casa e trafegava na pista sentido centro, sozinho, num carro oficial do Desipe. De acordo com familiares, ele vinha recebendo ameaças por telefone. Em dezembro passado, havia sofrido um atentado e, três meses antes, tivera um irmão - o sargento da Polícia Militar Edmilson Rocha - assassinado. Apesar disso, o chefe de Polícia Civil, Álvaro Lins, levantou a hipótese de Rocha ter sido vítima de um assalto. Em setembro de 2000, a então diretora do presídio Bangu 1, Sidneya dos Santos Jesus, foi assassinada na porta do prédio onde morava, na Ilha do Governador, zona norte do Rio, quando voltava do trabalho. Sidneya era conhecida por adotar uma postura rígida com os internos e dois anos antes havia denunciado suposta participação de advogados de internos na elaboração de um plano para matá-la. Até hoje, a polícia não conseguiu encontrar provas e indiciar suspeitos do crime. Policiais civis hostilizaram jornalistas que foram até o local do assassinato de Silvério e ameaçaram tomar as câmeras de fotógrafos. O corpo só foi removido para o Instituto Médico Legal por volta de 22h30 por agentes do Desipe. Procurados pelo Estado, o secretário estadual de Administração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos, e o secretário estadual de Segurança Pública, Anthony Garotinho, não foram localizados.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.