Disque-denúncia de Campinas já recebeu 360 chamadas

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Por Agencia Estado
Atualização:

Uma carga recuperada, 16 quilos de maconha apreendidos, dois carros roubados localizados e uma pessoa presa. Esse é o balanço dos cinco primeiros dias de operação do disque-denúncia de Campinas (19 - 3236-3040), inaugurado na quinta-feira passada. De acordo com os coordenadores do projeto, foram registradas 360 ligações nesse período. A expectativa é de que o número aumente depois da passagem do Carnaval, quando os moradores retomarem sua rotina. A central de denúncias foi instalada a partir de um convênio do governo estadual, que cedeu policiais militares e civis para atender às notificações, com a Organização Não-Governamental Movimento Vida Melhor, que investiu R$ 200 mil no projeto. A ONG é mantida pela sociedade civil de Campinas. Segundo os coordenadores, foram feitas 100 denúncias no primeiro dia, quinta-feira; 140 na sexta; 60 no sábado; 40 no domingo; e 20 até o meio da tarde de hoje (11). "É um período atípico por causa do Carnaval. Os números tendem a crescer nos próximos dias", disse um dos coordenadores, que não se identificou. A identidade dos 20 atendentes que se revezam em quatro turnos e o local onde está instalada a central telefônica são mantidos em sigilo para garantir a segurança dos envolvidos e evitar represálias, conforme o coordenador. Segundo ele, a maior parte das denúncias se refere a tráfico de drogas. Uma delas resultou na prisão de um rapaz que portava 16 quilos de maconha e 16 gramas de cocaína. Nos outros casos, a recuperação de dois veículos e de uma carga de bebidas roubada, não houve prisão porque ninguém foi encontrado nos locais das apreensões. Segundo o coordenador, os moradores telefonam para fazer denúncias investigativas e também notificar ocorrências em andamentos. Nesses casos, do crime em andamento, os atendentes registram a ocorrência e orientam os moradores a procurar o 190 da próxima vez. A Polícia Militar explica que o 190 atende o factual, quando o crime está acontecendo. Já o disque-denúncia deve ser acionado quando há suspeitas a serem investigadas ou quando o fato se repetir várias vezes. A PM reconheceu que haverá confusão no início, mas os moradores estão sendo orientados sobre para qual número ligar. No 190, entre seis e sete policiais por turno atendem em média a 4,5 mil ligações por dia, das quais de 20% a 25% são trotes. A maioria dos trotes é descartada ainda durante o telefonema, pelos atendentes. Eles são treinados para extrair o máximo de informações do morador e checar se não há contradições. Mesmo assim, em 2% dos trotes a polícia chega a se deslocar até o local denunciado. Na central telefônica da PM há identificador de chamadas, o que não ocorre no disque-denúncia, em que a identidade do denunciante é mantida em total sigilo. Os moradores que telefonam para o disque-denúncia recebem uma senha para saber sobre o resultados das investigações.

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