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DNA de padrinho

Por Tutty Vasquez
Atualização:

Por uma questão de Justiça, tomara que o nobre Agaciel Maia não tenha ficado chateado com Sarney, que dia desses não reconheceu como seu afilhado de casamento o genro do ex-diretor-geral do Senado. Acontece com frequência nas relações afetivas de celebridades da política, do futebol e do jogo do bicho, gente poderosa ou de grande prestígio muito requisitada para coadjuvar batizados, matrimônios e pedidos de emprego, cada coisa a seu tempo, claro. E nem precisa ser padrinho contumaz para ser traído pela memória. Quer ver só? Há quanto tempo você não lembra do seu afilhado, hein? Não telefona, não manda um presentinho e, se cruzar com ele na rua, capaz de nem identificá-lo na multidão. Mais cedo ou mais tarde, por falta de tempo, dinheiro ou afinidade, todo padrinho acaba meio que deletando seu protegido. Quando há a agravante da quantidade, aí, então, é praticamente impossível se recordar de todos. O Maluf, por exemplo, não liga o nome à pessoa da maioria das 1.389 crianças que, dizem, ele batizou na vida pública. O pior é que não existe teste de DNA para padrinho, né? INFIDELIDADE Bob Dylan está arrasado. Também, pudera! Eduardo Suplicy, seu maior intérprete no Brasil, cantou ontem no plenário do Senado uma música de Cat Stevens (Father and Son) em homenagem ao Dia dos Pais. Se isso não é traição... Ninguém protesta de graça! O que faz a sociedade civil que não contrata logo um bom contingente de militantes de aluguel para protestar contra esse escândalo do Senado Federal? A Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST) cobra R$ 40 por cabeça, ou seja, com R$ 120 mil dá para organizar uma passeata de 30 mil manifestantes contra tudo isso que aí está. Se for esperar que o povo tome espontaneamente a iniciativa de sair às ruas, não vai acontecer rigorosamente nada. Na lanterna Pela rodada de meio de semana da política brasileira de várzea, o senador José Sarney passou a governadora Yeda Crusius na tabela, mas continua na zona de rebaixamento. Lei é lei Da série "Me explica melhor a lei antifumo": quem desacatar um agente caça-fumaça vai poder fumar na cadeia? Problema técnico A ideia da candidatura de Marina Silva à Presidência da República pelo PV pode ganhar força em todo o País, desde que a ex-ministra comece já um trabalho de fonoaudiologia. Ninguém aguenta a voz da senadora num debate. Elementar A possibilidade de esse Rodrigo Cruz empregado no Congresso ser homônimo do afilhado do Sarney, como afirma a defesa do senador, é a mesma daquele Paulinho, que andou sendo investigado pela PF em Brasília, não ser esse que você está pensando.

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