
03 de dezembro de 2010 | 00h00
O acertado era que o nome de Côrtes - um dos auxiliares mais próximos de Cabral - seria levado em consideração como ministeriável, mas o governador precisaria viabilizar o apoio do PMDB antes da oficialização do convite.
Cabral, porém, simplesmente anunciou a futura nomeação como consumada e colocou a indicação na "cota pessoal" da presidente eleita Dilma Rousseff. O desconforto gerado resultou no desmentido feito por ela publicamente, anteontem.
"Há muito mal-estar em Brasília", disse ao Estado uma fonte próxima à coordenação petista. "O PT está em pé de guerra, o Dutra está histérico."
Muito próximo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Cabral já deu mostras de inabilidade que acabaram por atingi-lo. Durante o debate sobre a mudança no pagamento de royalties pela exploração do petróleo, o governador iniciou confronto com quase todos os Estados , lançando uma campanha "contra a covardia" que estaria sendo cometida contra o Rio de Janeiro.
A aposta no confronto, e não na negociação, porém, não resultou em benefício para o Estado. Na madrugada de ontem, a Câmara dos Deputados aprovou definitivamente a mudança que atinge o Rio.
Curiosamente, os revezes sofridos por Cabral na política nacional se dão em meio a um período de sucesso local, marcado por forte apoio popular à operação promovida por seu governo e que resultou na expulsão dos traficantes do Complexo do Alemão, na zona norte da capital fluminense. A própria ação, porém, começa a enfrentar denúncias de abusos e roubos cometidos por policiais nas favelas ocupadas.
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