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Dois médicos são presos em operação contra comércio ilegal de botox

Dois médicos que faziam uso do produto clandestino e cinco revendedores foram presos

Por Angela Lacerda
Atualização:

Atualizado às 16h23

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RECIFE - Dois médicos que utilizavam toxina botulínica (botox) de origem clandestina em seus pacientes foram presos nesta terça-feira, 3, em Pernambuco, durante a Operação Narke, deflagrada pela Polícia Federal em parceria com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na operação também foram presos cinco revendedores da substância ilegal em Minas Gerais, São Paulo e Paraíba, além de Pernambuco.

Resultado de nove meses de investigação, a operação apontou a venda ilegal da substância usada para tratamentos estéticos e de saúde principalmente em estados nordestinos como Piauí, Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe - também alvo das investigações. O botox sem registro da Anvisa era vendido para distribuidores, clínicas e profissionais de saúde. Doze mandados de busca e apreensão foram cumpridos na rotado botox irregular. Sessenta e seis médicos e profissionais de saúde identificados nos oito Estados investigados foram intimados a depor.

De acordo com o delegado Humberto Freire de Barros, coordenador da operação que envolveu 80 policiais no País, enquanto a unidade do botox autorizado pela Anvisa pode custar até R$ 1 mil, o irregular era comercializado por menos da metade do preço - em torno de R$ 400. A PF estima que o produto falsificado está em circulação no mercado há pelo menos cinco anos.

Ainda não se sabe a sua origem, mas segundo o delegado há suspeita que venha de fora do País. Os revendedores recebiam o botox via correio e repassavam para médicos e esteticistas.

Do total de prisões, três foram realizadas em Pernambuco: além dos dois médicos - um do Recife e outro de Caruaru, no agreste -, também foi preso um revendedor no bairro de Campo Grande, na capital. Numa segunda etapa da investigação, a PF vai procurar os pacientes que se submeteram ao tratamento a fim de verificar se apresentaram alguma reação adversa ao produto.

Os nomes dos presos não foram revelados. Eles poderão responder por crimes contra a saúde pública, contrabando e formação de quadrilha. Se condenados, as penas variam de 10 a 15 anos de prisão.

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