07 de março de 2008 | 19h17
Dois motoristas do Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba foram presos em flagrante, na noite de quinta-feira, 6, sob acusação de concussão (extorsão praticada por funcionário público). Pela acusação, eles tentavam forçar que uma família pagasse R$ 600,00 para encaminhar o corpo de uma mulher diretamente a uma funerária, sem passar pelo IML. O 1º Distrito Policial investiga a denúncia. Um inquérito administrativo também foi instaurado. Uma intervenção no IML foi determinada pelo governo do Estado há 12 dias, quando assumiu o coronel da Polícia Militar Almir Porcides Júnior. "A intervenção foi designada porque tinha problemas na esfera administrativa e culminou com esse achaque", disse o coronel. Segundo ele, a situação já estava pontuada como uma das irregularidades que aconteciam. "Tem muitas outras coisas", adiantou. O flagrante foi dado pelo subinterventor, o capitão Willian Kuczynski. Segundo ele, depois da morte de uma mulher em sua casa, no bairro Bacacheri, a família procurou um hospital para obter o atestado de óbito. Foi orientada a entrar em contato com o IML. Os motoristas Paulo Marcos Tissot, de 36 anos, e Marcos José Camargo, de 31, foram até a casa buscar o corpo, mas, segundo o subinterventor, tentaram extorquir os familiares. Prometeram que, mediante o pagamento, levariam o corpo diretamente a uma funerária, onde um médico assinaria o atestado. Teriam dito que, no IML, o corpo seria todo retalhado. No entanto, um dos filhos teria ido ao IML e foi abordado por Kuczynski, a quem disse que tinha dificuldade para conseguir o dinheiro. "Esclareci a situação para ele e falei que não precisava pagar nada", disse o capitão. Os motoristas foram chamados de volta ao IML e, ao chegarem, receberam voz de prisão. Eles foram levados ao 1º DP, autuados por concussão e conduzidos ao Centro de Triagem 2, em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. "Nós achamos que os motoristas podem ter sido cooptados por uma funerária, e agora vamos descobrir qual é a empresa", afirmou o coronel Porcides Jr. Até esta tarde, os dois não tinham constituído advogado para defendê-los.
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