Dois são condenados por morte de empresário

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Por Agencia Estado
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A Justiça condenou na semana passada dois dos seis participantes da quadrilha que seqüestrou e matou, em 8 de julho de 1999, em Guarulhos, na Grande São Paulo, o empresário Henrique Luiz Varésio, que era proprietário da Universidade de Guarulhos (UnG) e do Shopping Internacional. O julgamento ocorreu na terça-feira no Fórum de Mairiporã. Por unanimidade - 7 votos a 0 - foram condenados Sidney Braga Santana, a 20 anos e 1 mês de reclusão, e Antonio Sebastião Ferreira Filho, o Catatau, a 16 anos, 9 meses e 18 dias de reclusão. Os dois deverão cumprir a pena em presídio de segurança máxima. O promotor Rogério Leão Zagallo, que atuou na acusação, em conseqüência do depoimento de uma testemunha, em plenário, determinou ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) que reabra as investigações do assassinato de Varésio. Ele quer a identificação, prisão e o indiciamento do mandante do crime. Zagallo afirmou que as informações da testemunha, durante o julgamento, são "valiosas" e apontam como mandante uma pessoa ligada à vítima. Essa mesma pessoa, segundo a testemunha, teria mandado Rogério Bacarini, de 32 anos, um dos acusados do crime, contratar o grupo de bandidos para matar Varésio. "A polícia deverá reiniciar as investigações com base nas informações passadas pela testemunha. Ela foi contundente em seu depoimento, apontou nome e deu detalhes importantes para se chegar ao mandante", explicou o promotor. Ele informou ainda que investigações sobre o mesmo suspeito já estão sendo desenvolvidas pelo seu colega de Ministério Público, o promotor Levi Emanoel Magno, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), por meio de informações obtidas com outras testemunhas. Um dos acusados da morte de Varésio, Carlos Alberto Gonçalves, o Carlinhos Coruja, deveria ser julgado no mesmo dia de Santana e Ferreira. Por meio de uma manobra de seu advogado, Gonçalves conseguiu adiar seu julgamento para março de 2003. Execução - Varésio tinha 52 anos quando foi seqüestrado na manhã de 8 de julho, pouco depois de sair de seu prédio em Guarulhos, na Grande São Paulo. Foi executado no mesmo dia, com tiros no rosto, peito e costas. Seu corpo foi encontrado seis dias depois, no meio de uma mata fechada em Mairiporã, na região metropolitana. As investigações para o esclarecimento do crime foram chefiadas pela delegada Elisabete Sato, que trabalhava no DHPP e desde a semana passada é titular do 78.º Distrito Policial dos Jardins. Ela e seus policiais tiveram dificuldades para trabalhar, por causa da interferência dos advogados dos bandidos, que exigiram e conseguiram segredo de Justiça no processo. Os policiais identificaram Bacarini, Gonçalves, Ferreira, Santana, Marco Antônio Dallafina e Wilson Pimenta. Dallafina foi preso por policiais militares algumas horas após o seqüestro. Os demais foram presos pela equipe da delegada Elisabete. Dos acusados do crime, somente dois estão em liberdade: Bacarini e o mandante.

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