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Donos se preocupam e vizinhos festejam

Corretor revende apartamento e diz que tudo será resolvido até outubro

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Por Redação
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O embargo à construção do condomínio Domínio Marajoara, na zona sul de São Paulo, provocou sentimentos opostos. Vizinhos comemoram o fim do barulho e da devastação da área verde nos fundos do terreno. Quem comprou apartamentos está preocupado com a continuidade das obras. O dono de uma das coberturas, que falou ontem ao Estado, sob a condição de anonimato, afirma que, até agora, não recebeu nenhum esclarecimento das empreiteiras envolvidas no projeto."Meu advogado ingressou com interpelação judicial para saber o que está acontecendo", disse o comprador. "Só não estou desesperado porque comprei o apartamento para investimento. Mas posso imaginar quem adquiriu para morar. Isso traz um incômodo terrível."Vizinhos do empreendimento também têm críticas. "Derrubaram a mata aqui atrás. Tinham macaquinhos e corujas e esses bichos desapareceram", disse Sueli Cristina Nascimento, de 52 anos, que há 29 vive em um sobrado da Rua Duran, ao lado do condomínio. "Uma obra desse tamanho incomoda mesmo, só não gostei de ver eles acabarem com a área verde, sem se preocupar com mais nada." A psicóloga Andréa Aparecida do Amaral, de 36, também reclamou da devastação da mata. "Fiquei indignada quando vi o que fizeram. Não podem derrubar as árvores desse jeito, é um absurdo."VENDASO Domínio Marajoara foi um sucesso de vendas. Antes do lançamento, em 23 de setembro de 2007, a construtora Cyrela informava em um comunicado à imprensa que, das 597 unidades à venda, 420 já haviam sido reservadas. Os preços das unidades - são quatro modelos, com áreas de 160 m² a 351 m² - variam de R$ 460 mil a R$ 1 milhão. A construtora dizia que o condomínio contaria com "o maior complexo aquático da América Latina".Apesar do embargo judicial, corretores informam interessados que existem "pequenos problemas ambientais" que vão ser resolvidos até outubro. Foi o que informaram ontem à reportagem dois corretores da região do Campo Belo, na zona sul de São Paulo. "Teve alguns probleminhas com o corte de árvores, mas em dois meses no máximo tudo estará resolvido. Eu posso intermediar a negociação com um dono de imóvel", ofereceu ao Estado uma corretora que fez o anúncio de seis apartamentos em um site de imóveis na internet.

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