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Dossiê domina primeiro bloco do debate

Em primeiro embate, Alckmin prometeu eficiência, combate ao desperdício e à corrupção. Lula defendeu sua gestão e assegurou continuidade

Por Agencia Estado
Atualização:

O debate da TV Bandeirantes teve início às 20h30 neste domingo é o primeiro confronto entre os candidatos à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e Geraldo Alckmin (PSDB). O petista não participou de nenhum debate no primeiro turno e afirmou no último sábado que a campanha do segundo turno só começaria depois do debate deste noite. É a primeira vez que um presidente da República participa de um debate eleitoral. No primeiro bloco do debate, os candidatos responderam, por ordem de sorteio, a uma pergunta única do mediador, tendo dois minutos para resposta cada um. A pergunta do jornalista Ricardo Boechat foi sobre como o próximo governo fará para cortar despesas e melhorar o nível de investimentos para proporcionar desenvolvimento econômico e geração de empregos. Quem começou respondendo foi Alckmin. O tucano, antes de responder, alfinetou Lula dizendo que compareceu em todos os debates, assim como os candidatos Heloísa Helena (PSOL) e Cristovam Buarque (PDT), que não fugiram por medo de perder as eleições, e compareceram por respeito a seus eleitores. Alckmin disse que cortará gastos não da Previdência Social, que tem papel na redistribuição de renda, mas nos US$ 3,5 bilhões da corrupção, dados do Banco Mundial. E acusou o governo de distribuir cargos entre os ´companheiros de partido´. "Vou cortar gastos nos cargos comissionados, nas compras superfaturadas". E insistiu no discurso da eficiência e combate ao desperdício. "O Brasil não é condenado a ser o último da fila. Precisa ser o País que cresce com governo que tem princípios e valores éticos", alfinetou. Lula respondeu dizendo que o ex-governador deveria estar fora do País em 2003 por não reconhecer os avanços de seu governo e citou dados. Segundo ele, o País cresceu mais em seu governo do que nos últimos 20 anos e que o tucano deveria começar o debate agradecendo o petista por ter salvado o Brasil. "Antes, o País não conseguia produzir internamente nem controlar a inflação. Chegou a R$ 135 bilhões de exportação, R$ 76 bilhões de reservas, R$ 46 bilhões de superávit comercial e 7 milhões de empregos em apenas 4 anos. "País que está dando certo e dará mais certo no próximo mandato", prometeu. As regras do debate O debate entre Lula e Alckmin na TV Bandeirantes será dividido em cinco blocos. No total, terá por volta de 2 horas e 10 minutos de duração. Primeiro bloco Os dois terão 2 minutos para responder a uma pergunta feita pelo jornalista Ricardo Boechat, mediador do debate. Em seguida, Lula e Alckmin farão perguntas um ao outro. Haverá direito à réplica e à tréplica. Segundo e terceiro blocos Lula e Alckmin passarão os dois blocos fazendo perguntas ao adversário. Serão cinco no total. Para a pergunta, serão reservados 45 segundos; para a resposta, 2 minutos; para a réplica, 1 minuto; para a tréplica, 1 minuto. Quarto bloco Os jornalistas Franklin Martins, Joelmir Beting, Fernando Vieira de Mello e José Paulo de Andrade fazem duas perguntas a cada um dos candidatos. A resposta é comentada pelo outro candidato. Quem respondeu a pergunta tem direito à tréplica. Quinto bloco Lula e Alckmin trocam uma nova pergunta e depois terão três minutos cada para as considerações finais. Convidados Entre as personalidades que foram assistir o debate entre os presidenciáveis, a ex-prefeita Marta Suplicy (PT-SP)e o senador Artur Virgílio (PSDB) estavam entre os mais solicitados pelos jornalistas. E eles não decepcionaram ninguém, exibindo línguas afiadíssimas. Segundo Virgílio, a questão da corrupção não ocuparia tanto espaço no debate eleitoral se o presidente Lula tivesse se comportado melhor. "Todo dias temos um escândalo nesse governo", disse Virgílio. Ao lado, em outra roda de jornalistas, a ex-prefeita comentava: "Querem que o Lula explique a origem do R$ 1,75 milhão, mas ninguém fala sobre as formas nada éticas que o Alckmin usou para abafar 70 CPIs na Assembléia Legislativa." O governador eleito na Bahia, Jacques Wagner (PT), também foi até a emissora para acompanhar o debate, disse que o partido quer um debate de alto nível. "Não temos interesse em trazer o nível do debate abaixo do nível da cintura. Esperamos que o debate seja de alto nível", disse.

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