
13 de março de 2008 | 21h41
Doze pessoas, entre as quais quatro delegados, foram indiciadas no inquérito que apurou o caso da adolescente recolhida com homens dentro de uma carceragem do município de Abaetetuba, nordeste do Estado, em outubro do ano passado. O documento levou 120 dias para ficar pronto e foi apresentado na noite de quarta-feira, 12, pelo secretário de Estado de Segurança Pública, Geraldo Araújo; o delegado-geral da Polícia Civil, Justiano Alves Júnior e a delegada que presidiu o inquérito, Márcia Contente Barbosa, da Divisão de Crimes Funcionais (Decrife), da corregedoria-geral da polícia civil. O procedimento apuratório será encaminhado nesta quinta-feira, 13, para a vara criminal da comarca de Abaetetuba. Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Justiniano Alves Júnior, ao todo, foram ouvidas 71 pessoas, entre as quais 19 presos de Justiça, 25 policiais civis e cinco agentes prisionais. Ao final, foram indiciados os seguintes servidores: Antônio Fernando Botelho de Cunha; Rodolfo Fernando Vale Gonçalves; Flávia Verônica Pereira e Celso Iran Cordovil Viana (delegados); Adilson Pires Lima (investigador); Eliane Belém Pinheiro e Antenocênio Monteiro (diretores do sistema penal de Abaetetuba); Benedito de Lima Amaral, João de Deus Oliveira e Marcos Erick Serrão Pureza (agentes prisionais); e Beto Júnior Castro Conceição e Rodinei Ferreira (presos de Justiça). De acordo com Justiniano, a demora para a conclusão do inquérito se deu em função da dificuldade em ouvir a adolescente L., que se encontra sob a proteção do Juizado da Infância e Juventude de Brasília (DF) e Organizações Não Governamentais ligadas à questão da violência contra crianças e adolescentes. Tão logo foi obtida a autorização por parte da Justiça de Brasília, L. prestou depoimento na sede da Polícia Federal de Brasília, que durou cerca de sete horas. O delegado-geral explicou, ainda, que a menor deverá ser ouvida novamente, desta feita em Belém, no processo administrativo que também apura os crimes e que ainda não foi concluído. Nesse caso, 26 pessoas estão sendo investigadas. No inquérito apresentado quarta-feira, 12, os quatro delegados foram enquadrados em crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e os demais servidores vão responder pelas seguintes infrações penais: estupro, lesões corporais, ameaças e vias-de-fato.
Encontrou algum erro? Entre em contato