''Drive-thru'' de drogas atende área nobre

Desde 2006 tráfico atua na região, com intervenções pontuais da polícia

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Por Diego Zanchetta
Atualização:

O chamado "drive-thru" do tráfico no Jardim Edite foi denunciado pela primeira vez pelo Jornal da Tarde, em abril de 2006. O comércio de maconha e cocaína na favela ao lado da Avenida Jornalista Roberto Marinho (antiga Água Espraiada) é bem conhecido pela classe média alta que frequenta a noite de Moema e do Itaim-Bibi. A região favorece o tráfico de drogas nesse esquema porque a avenida não apresenta várias entradas, o que evita que os usuários se percam em becos, na tentativa de adquirir o entorpecente. Após a denúncia, as Polícias Civil e Militar fizeram blitze na região e prenderam suspeitos. Um ano depois, porém, o tráfico do Jardim Edite exigiu a mudança do itinerário de uma linha de ônibus que entrava na favela e atrapalhava a movimentação de drogas. Já no ano passado, quando se revelou que sob a Ponte Octavio Frias de Oliveira menores passavam o dia fumando crack, descobriu-se que a droga era comprada de traficantes do Jardim Edite. O caso revelou nova cracolândia, no Brooklin, na zona sul. Mais uma vez a PM ocupou as ruas da favela e prendeu suspeitos. ATRASO Sobre as novas ameaças dos traficantes aos moradores da favela que estão sendo removidos, a reportagem conversou ontem com uma líder comunitária que já mudou do Jardim Edite e agora aguarda a construção dos conjuntos habitacionais na área. Ele confirmou as ameaças. "A remoção era para ter sido concluída no dia 8 de fevereiro e, por causa disso, atrasou", disse. A Secretaria Municipal de Habitação informou que o término da remoção agora está previsto para maio. As famílias que não quiserem permanecer nos futuros conjuntos do Jardim Edite poderão optar por auxílio de compra de imóvel próprio no valor de R$ 8 mil. Quarenta e sete famílias fizeram a opção pelo auxílio-casa própria e outras 225 ganharam a bolsa-aluguel por dez meses, no valor de R$ 500 mensais. Oitenta e três famílias foram removidas temporariamente para um residencial da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) no Campo Limpo. Outras quatro famílias estão morando no CDHU José Bonifácio.

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