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Dupla mata criança em suposto acerto de contas com o pai

Polícia desconfia que assassinos tenham matado o garoto para se vingar do pai, que tem várias passagens em sua ficha criminal

Por Agencia Estado
Atualização:

Dois homens armados, em uma moto, atiraram, por volta das 21h30 de quarta-feira, 10, em um garoto de apenas 12 anos. No momento do crime, o menino conversava com três amigos na Rua Igarapé Progresso, Jaçanã, Zona Norte, próximo à sua residência. Mesmo encaminhado pela própria mãe ao Pronto-Socorro do Hospital São Luiz Gonzaga, no mesmo bairro, o garoto não resistiu e morreu. Momentos depois dos disparos, o pai da vítima, o pedreiro Eduardo de Oliveira, de 42 anos, saiu à rua e foi comunicado por vizinhos que o tiro tinha sido disparado por dois homens que ocupavam uma moto. Furioso, Eduardo teria recebido uma arma das mãos de um desconhecido e, na garupa de outra moto, foi atrás dos assassinos do filho. O pedreiro acabou sendo preso por porte ilegal de arma quando policiais militares, cientes do ocorrido com a criança, começaram a caçar os atiradores e encontraram a moto onde estavam Oliveira e um rapaz que lhe dava carona. Pensando que a dupla fosse a mesma que havia atirado contra a criança, os PMs encaminharam os suspeitos para o 73º Distrito Policial. Lá, o pedreiro conseguiu provar que era o pai da criança e que havia se armado para ir atrás dos assassinos e fazer justiça. Ao levantar a ficha criminal dele, os policiais verificaram que Oliveira já fora indiciado em outras ocasiões por homicídio, receptação, tráfico de drogas e resistência à prisão, e havia saído da cadeia há 4 anos. Suspeita Por esse motivo, a polícia desconfia que o garoto tenha sido morto por causa do pai. "O pai tem muitas passagens em sua ficha criminal, inclusive por homicídio", afirma o delegado Renato Felisoni. "Há quatro anos, estava preso. Por isso, suspeitamos que o crime tenha sido a conseqüência de alguma rixa, mesmo que seja uma rixa antiga." Na delegacia, estava também Valéria Aparecida Gomes da Silva, de 37 anos, mãe da criança. "Mataram meu menino, prenderam meu marido e deixaram os ladrões soltos", reclamava ela. "Como pode isso?" Valéria ainda acrescentava que não sabia de nenhuma rixa do marido. "Acho que meu filho foi morto por engano." No 73º DP, o delegado Renato Felisoni não teve muitas alternativas. Registrou um boletim de ocorrência sobre a morte do filho e outro por causa do porte ilegal do pai. "Hoje, portar uma arma de fogo sem permissão é crime inafiançável", afirma o delegado. "Não podia deixá-lo solto."

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