É difícil punir tráfico sexual no Brasil, dizem especialistas

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Por Agencia Estado
Atualização:

Pesquisadores de crimes de exploração sexual contra crianças e adolescentes que depuseram na CPI do abuso sexual afirmaram que é praticamente impossível punir os responsáveis no Brasil. Os motivos, segundo eles, são os seguintes: deficiências na legislação penal; ligação com redes do crime organizado; precariedade dos dados oficiais. De acordo com a psicóloga Rosário da Costa Ferreira, muitas vezes as pessoas envolvidas nesses crimes ?sequer reconhecem que ... é uma violação dos direitos humanos?. ?A própria legislação penal do País não identifica o crime de tráfico de pessoas no âmbito interno, mas apenas para o exterior", explicou. O coordenador da Pesquisa sobre Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes para fins de Exploração Sexual Comercial (Pestraf) da região Sudeste, Welinton Pereira da Silva, disse que foram identificadas 35 rotas de tráfico de pessoas para exploração sexual comercial nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo ele, São Paulo é o ponto de saída da maior parte das mulheres que segue para o exterior, principalmente para Espanha, Portugal, Bélgica, Venezuela, Suriname e Bolívia. Welinton disse que a demanda maior é por mulheres jovens e negras. "Elas são aliciadas por métodos diversos, formalmente para trabalhar como domésticas, artistas de boate e no comércio, mas na verdade serão prostituídas ou mesmo escravizadas", informou o depoente.

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