'É preciso calibrar o crescimento com a velocidade do País'

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Por Redação
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ENTREVISTARonaldo Lessa, candidato do PDT ao governo de AlagoasComo fazer para aumentar a renda do Estado? Contar com o quê? Aumento de impostos? É preciso atuar na repactuação do Fundo de Participação dos Estados (FPE), que ocorrerá no próximo ano e renegociar com o governo federal os termos do acordo do ajuste fiscal, que foi muito duro com Alagoas, um Estado pobre que necessita de mais investimento. O governo precisa construir alternativas para induzir o processo de desenvolvimento. Quando fui governador, modernizei a lei de incentivos fiscais, com vista à atração da empresa convencional, mas criei uma legislação voltada para a microempresa. Criei também o Banco do Cidadão, para fomentar o microcrédito e viabilizar oportunidades para o pequeno negócio. No campo fazendário, é cobrar dos devedores os tributos pertencentes ao Tesouro.Qual será a estratégia principal do seu governo? É hora de acelerar nosso crescimento. É como se Alagoas tivesse parado no tempo, quando comparado com o ritmo dos Estados nordestinos. Acredito ser possível dinamizar os agentes econômicos e sintonizar nosso crescimento com o ritmo do Brasil do presidente Lula e da futura presidente Dilma. O foco, portanto, será no âmbito social. O meu programa propõe um novo modelo de gestão, a partir de diagnósticos e estabelecimento de metas baseadas nas prioridades regionais. Desejo estabelecer uma forte parceria municipalista e criar, numa ação unitária com as prefeituras, os Comitês Regionais de Desenvolvimento Econômico e Social. Quais são suas propostas para desenvolver uma economia sustentável em Alagoas?A agricultura familiar e a economia solidária ganharão novo impulso, para diversificar oportunidades, gerar renda e fixar o homem no campo. No campo da sustentabilidade, o turismo é fundamental para Alagoas. Não há como avançar nesse setor sem saneamento, que significa qualidade de vida. É uma área em que irei buscar forte apoio federal. No programa da Frente Popular, há ainda o projeto "Alagoas sem lixão". A ideia é viabilizar linhas de financiamento e criar consórcios municipais para acabar com a difusão de resíduos sólidos em áreas ambientalmente incorretas. É também compromisso concluir as obras do Canal do Sertão, transformando-o num instrumento de desenvolvimento. Outra prioridade é estimular a instalação de plantas para geração de energia limpa, como eólica e solar. O seu governo vai intensificar algum tipo de política diferenciada em relação à educação, saúde ou outro setor básico? Na área da saúde, vou construir uma unidade materno-infantil no complexo Benedito Bentes, em Maceió, e outra para gestantes de alto risco em Palmeira dos Índios, além de um hospital geral na cidade de Arapiraca. O objetivo é descentralizar a assistência e aproximá-la daquele que precisa da mão solidária do Estado. Há o projeto das UPAs e a reestruturação da rede de hospitais, sem falar na necessidade de concurso para profissionais da saúde. No campo habitacional, a meta é construir 40 mil unidades em quatro anos. Quanto à educação, que o atual governo abandonou, o projeto passa por um plano de erradicação do analfabetismo, pelo aumento do número de escolas em tempo integral e pela construção de seis novas escolas profissionalizantes, com cursos que obedecerão às vocações econômicas regionais.O apoio aos candidatos presidenciáveis, em segundo turno, será importante em que sentido? Minha candidatura foi construída em torno de um projeto desenvolvimento que tem o aval do presidente Lula e conta com a aprovação da Dilma. A vinculação é importante, porque ajuda a população a distinguir os projetos políticos e administrativos que serão julgados nas urnas. Qual é a maior prioridade do Estado hoje? Alagoas perdeu, no século passado, duas décadas de desenvolvimento e amarga os piores índices sociais. Ao mesmo tempo, possui um potencial extraordinário de desenvolvimento, basta listar seus recursos hídricos: litoral, Rio São Francisco e um complexo-lagunar invejável. As oportunidades estão aí, sobretudo neste momento em que o Brasil cresce e as alternativas aparecem. É preciso calibrar o nosso crescimento com a velocidade do País e conquistar da União Federal um tratamento justo para as nossas necessidades.

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