''Ele era como um filho'', diz mãe da jovem assassinada

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Por Vitor Sorano
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A mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel, deixou ontem o Fórum de Santo André, onde acompanhou depoimentos de testemunhas, visivelmente emocionada. "Lindemberg era da família, era como um filho. Agora eu não o reconheço mais. Ele não olhou para mim", disse, chorando. Por volta de 12h30, Ana Cristina saiu do local acompanhada de José Beraldo, advogado de seu marido, Everaldo Pereira dos Santos. Muito abalada, ela disse que faz tratamento psicológico desde a morte da filha. Ontem, tomou calmantes. Questionada sobre a punição ideal para Alves, afirmou que nenhum tempo é suficiente. "Mas eu não entendo de lei. Perdi uma filha que era maravilhosa na minha vida. Quem perdeu fui eu. Nada paga, cadeia, nada", disse. Ana Cristina disse esperar pelo fim dessa história. "Está difícil. Cada dia é mais difícil na minha vida." Ela disse também que espera que "tudo isso acabe e que a justiça seja feita como Deus quiser". A mãe de Eloá , porém, ressaltou que Alves sabe que é culpado e que a tragédia poderia ter sido evitada. "Eu falei com ele, pedi para que ele não fizesse, e ele fez." Quando questionada sobre se gostaria de dizer algo a Alves, ela disse que não, mas falou que queria apenas olhar para o ex-namorado da filha. "Meu olhar diria tudo." Ana Cristina chegou a se encontrar com o rapaz, que não a olhou. Sobre o marido foragido, ela disse não ter notícias de seu paradeiro. FUGITIVO A Justiça retirou do processo contra Alves o pai de Eloá, acusado de falsidade ideológica e porte de arma. Everaldo Pereira dos Santos, ex-cabo da Polícia Militar de Alagoas, se tornou réu do caso do assassinato da própria filha porque a polícia encontrou em seu apartamento uma espingarda calibre 22. Everaldo está foragido porque é procurado pela Justiça de Alagoas. Seu advogado disse que ele poderia se apresentar ainda ontem caso o Tribunal de Justiça concedesse um habeas corpus preventivo, o que não aconteceu. "Ele está magro, abatido e depressivo", disse Beraldo, que pediu a separação dos processos. Ele afirmou que não ficou comprovada a posse da espingarda. O promotor Antônio Nobre Folgado concordou com a Justiça em os separar processos.

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