Eleição no Brasil é destaque em jornais da América Latina

Jornais destacam que vencedor não terá maioria no Congresso Nacional

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os sites dos principais jornais da América Latina dão chamada na página principal para as eleições presidenciais no Brasil neste domingo. O chileno El Mercurio afirma que Lula realizou no segundo turno "uma campanha emotiva, na qual mostrou que segue inalterada sua fluida proximidade com os setores populares do Brasil, entre os quais nasceu". Já Alckmin, segundo o jornal, fez alianças polêmicas no segundo turno, que diminuíram o impacto de seu discurso contra a corrupção. Na Venezuela, o El Nacional chama atenção para a ampla vantagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas de intenção de voto. "O presidente assim parece se encaminhar para uma cômoda reeleição", diz o jornal. O também venezuelano El Universal afirma que a campanha foi acirrada e "marcada por escândalos de corrupção, impugnações e trocas de insultos entre os candidatos". "Analistas concordam que se tratou de uma das campanhas mais agressivas que o Brasil já vivenciou", diz El Universal, acrescentando que, apesar disso, o cenário político manteve-se relativamente calmo no segundo turno, "ante a ausência de novos escândalos contra o PT e seus aliados que pudessem favorecer de novo o candidato opositor." A reportagem do jornal venezuelano destaca também que o vencedor não contará com maioria no Congresso e terá de fazer alianças para ter suas medidas aprovadas. Nas palavras do boliviano La Prensa, "os dirigentes do governista Partido dos Trabalhadores anunciaram que prepararam uma festa para comemorar a provável reeleição de Lula, ao passo que entre os seguidores de Alckmin já houve alguns que jogaram a toalha." A reportagem, no entanto, não citou nomes. O mexicano El Universal afirma que as pesquisas indicam que Lula "tem a vitória nos bolsos" e "tudo parece ser irreversível". A reportagem afirma que os dois candidatos selaram no sábado seu destino eleitoral, depois de se enfrentaram pela última vez no debate de sexta-feira, "quente por alguns momentos, inclusive com leves contatos físicos e respostas enérgicas de Lula a poucos centímetros do rosto de Alckmin." "O candidato do PSDB apareceu melhor que Lula por certos momentos, mas ao fim Lula conseguiu se impor", diz El Universal, ressaltando que o presidente poderá ter problemas após a eleição se for provado que tem responsabilidade no escândalo do dossiê contra os tucanos.

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