PUBLICIDADE

Eleição para governos é marcada por continuísmo

Candidatos de oposição aos atuais governadores só lideram em cinco Estados

Por Daniel Bramatti
Atualização:

Nas eleições para os governos estaduais, a tendência indicada pelas pesquisas até o momento é de uma onda continuísta. Candidatos à reeleição ou apoiados pelos atuais governadores estão à frente em 16 Estados. Em apenas cinco unidades da Federação há oposicionistas na liderança.Nos restantes seis Estados há empate técnico na primeira colocação. Os dados são de pesquisas do instituto Ibope feitas entre agosto - a maioria a partir da segunda quinzena - e setembro.Beneficiados pelo alto grau de satisfação da população com suas vidas - fator detectado em diversas pesquisas -, praticamente todos os candidatos à reeleição são líderes isolados ou em situação de empate técnico.Das 20 unidades da Federação onde há boas chances de a eleição para governador terminar já no primeiro turno, em 16 quem está na frente são candidatos de situação.Candidatos da oposição só têm viabilidade eleitoral onde os atuais governos são mal avaliados - Rio Grande do Sul e Pará, por exemplo - ou onde a situação inexiste - caso do Distrito Federal, que mergulhou em uma crise com a renúncia de José Roberto Arruda (ex-DEM), envolvido em denúncias de corrupção.A continuidade no plano estadual tem um peso maior na definição do voto do que o alinhamento do candidato a governador com o governo federal. É fato que mais candidatos que apoiam Dilma Rousseff (PT) vão melhor nos Estados, mas é porque os governos que representam são bem avaliados.A gestão da tucana Yeda Crusius era considerada ruim ou péssima por 37% dos gaúchos no início de agosto, segundo o Ibope. Outros 30% avaliavam a gestão como ótima ou boa. Com saldo negativo entre os índices de aprovação e desaprovação, ela praticamente não tem chances de se reeleger: tem 11% das intenções de voto e está em terceiro lugar, atrás de Tarso Genro (PT), com 41%, e José Fogaça (PMDB), com 23%.No Pará, a governadora Ana Júlia Carepa (PT) tinha índices similares aos de Yeda em junho, também de acordo com o Ibope. Candidata à reeleição, ela tem 33% e está atrás do tucano Simão Jatene (43%).Outra exceção no quadro continuísta é o governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB). Apesar de ser de oposição, ele já chegou a apelar ao uso da imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na batalha por uma vaga no segundo turno. Com 24% das intenções de voto, ele está embolado com os ex-governadores Ronaldo Lessa (PDT, 29%) e Fernando Collor (PTB, 28%).Nordeste. A onda continuísta é mais forte no Nordeste - onde as pesquisas também mostram maior satisfação da população com o governo federal, o que se reflete em índices maiores de intenção de voto na candidata do PT à Presidência.No Ceará e em Pernambuco, os candidatos à reeleição Cid Gomes e Eduardo Campos, ambos do PSB, podem vencer com as maiores margens sobre os adversários, se forem confirmadas as tendências indicadas pelas pesquisas.Com 73% das preferências entre os pernambucanos, Campos tem 66 pontos de vantagem sobre seu adversário mais próximo, o senador e ex-governador Jarbas Vasconcellos (PMDB), que tem 17%.Cid Gomes, irmão do deputado e ex-governador Ciro Gomes. lidera sobre Lúcio Alcântara (PSDB) com 44 pontos de vantagem (61% a 17%).O único Estado nordestino onde a oposição lidera é o Rio Grande do Norte. Rosalba Ciarlini, do DEM, é a favorita na disputa contra o atual governador, Iberê Ferreira (PSB), que assumiu o cargo há seis meses, quando Wilma de Faria (PSB) renunciou para concorrer ao Senado. A própria ex-governadora enfrenta dificuldades na eleição. Ela está em terceiro lugar, atrás de Garibaldi Alves Filho (PMDB) e Agripino Maia (DEM) - uma evidência de que seu governo não era bem avaliado. Palanques presidenciais. Candidatos a governador que apoiam Dilma contra José Serra (PSDB) são maioria entre os favoritos. Em 15 unidades da Federação, "dilmistas" estão na liderança isolada. Os serristas lideram em seis Estados. Nos demais seis Estados, há empates técnicos entre aliados de Dilma e Serra.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.