Elias "Maluco" é o traficante mais procurado do Rio

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Foragido há dois anos, Elias Pereira da Silva, conhecido como Elias Maluco, é acusado de comandar um exército de mais de 300 homens armados nas 13 favelas do Complexo do Alemão e na vizinha Vila Cruzeiro, zona norte do Rio onde o repórter da TV Globo, Tim Lopes, foi visto pela última vez, no dia 2 de maio. É o principal líder da facção criminosa Comando Vermelho (CV) em liberdade, apontado pela polícia como um dos criminosos mais violentos do Estado. Cerca de 250 mil pessoas vivem sob as regras impostas pelo traficante nas comunidades de Olaria e da Penha, na zona norte da cidade. Há dois mandados de prisão expedidos contra ele pelo 1.º Tribunal do Júri por homicídios e um pela 34.ª Vara Criminal, por tráfico de drogas. Elias Maluco já foi preso uma vez pela polícia, em 1996. Saiu de Bangu 3 em 2000, em liberdade condicional. Dez dias depois de deixar a cadeia, a Justiça decretou sua prisão por homicídio. Nunca mais foi encontrado. A Secretaria da Segurança do RJ investiga a participação do traficante na suposta aliança do CV com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que atua em São Paulo. A inspetora Marina Maggessi, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), acredita que Elias Maluco não só comanda o Complexo do Alemão, como tem gerência nas outras áreas dominadas pelo CV. "Ele é extremamente violento e desafia a polícia de todas as maneiras", afirma a inspetora. Seria responsável pela distribuição de metade da droga vendida no Rio. É atribuída a Elias Maluco a tentativa de invasão ao Fórum de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, em janeiro. Na tentativa de libertar três criminosos que estavam depondo, um grupo do traficantes trocou tiros com policiais na porta do Fórum. Na ação, foram usadas três Blazer com emblemas da Polícia Federal. Desde então, o traficante tem incentivado a ataques a policiais, segundo a inspetora da DRE. De acordo com a polícia, o bando de Elias Maluco costuma promover "bondes" com freqüência. A quadrilha tem o hábito de torturar, matar e depois queimar membros de morros rivais. Em fevereiro, a polícia localizou uma espécie de crematório no alto do Morro da Fé, na Penha, área de Elias Maluco. Lá, foram encontrados aros de pneus (onde os corpos são colocados antes de serem queimados), grande quantidade de cinzas e pedaços de ossos e dedos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.