Elogios em meio à tensão

Anastasia e Dilma se dizem ''parceiros'', mas em Minas tucanos e petistas vivem clima de guerra

PUBLICIDADE

Por Julia Duailibi e Marcelo Portela
Atualização:

A presidente Dilma Rousseff (PT) e o governador Antônio Anastasia (PSDB) voltaram a trocar elogios ontem, apesar do clima cada vez mais tenso entre tucanos e petistas em Minas por conta da sucessão em Belo Horizonte.PT e PSDB estiveram juntos na eleição de Márcio Lacerda (PSB) em 2008 à Prefeitura de Belo Horizonte, em aliança capitaneada por Aécio Neves, que governava o Estado, e pelo então prefeito Fernando Pimentel, hoje ministro de Indústria e Comércio Exterior. Desde então, o atrito tem sido cada vez maior, em grande medida pelo fato de o atual chefe do Executivo ter tirado cargos de petistas e privilegiado tucanos. O PT mineiro considera impossível reeditar a aliança, mas Dilma também fez ontem acenos ao prefeito. "Em Minas Gerais seremos parceiros de primeira hora, tendo inclusive orientação por nós dada a todo o governo, de termos uma parceria republicana, de altíssimo nível, com o governo federal", disse o tucano a Dilma. Apesar de ter sido recebido com vaias por parte da plateia, composta de servidores públicos, Anastasia afirmou que recebia a presidente "com o coração em festa" e prometeu andar de "mãos dadas" com a União.Dilma retribuiu os elogios de Anastasia. Chamou o governador de Minas de "parceiro". O último encontro entre a presidente e Anastasia, em 17 de março, em Uberaba, no Triângulo Mineiro, já havia sido repleto de cordialidade e elogios mútuos. Mas, por trás da cerimônia - na qual Anastasia e o ministro Fernando Pimentel trocaram vários cochichos -, um clima de guerra marcava as relações entre PSDB e PT no Estado. Para o governo federal, o cenário em Minas pode ter influências nacionais relevantes e, por isso, é acompanhado de perto pelo Palácio do Planalto."Politicamente, estamos cada vez mais distantes. Até porque o governo tucano não dá ênfase às questões sociais", criticou o deputado estadual Rogério Correia (PT), líder da oposição na Assembleia.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.