PUBLICIDADE

Em 2 anos, apreensão da droga quadruplica no Rio

Por Clarissa Thomé
Atualização:

As apreensões de crack no Rio praticamente quadruplicaram entre 2006 e 2008, segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP). Entre janeiro e agosto de 2006, foram 197 apreensões. No mesmo período deste ano, havia 775 ocorrências registradas nas delegacias do Estado. O ISP não fechou dados dos últimos meses. A Delegacia de Combate às Drogas admite que o crack - que até o início dos anos 2000 não estava no Rio - já é encontrado em bocas-de-fumo de diferentes facções. Um suposto acordo entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) teria permitido a chegada da droga - a venda teria sido a contrapartida exigida pelo PCC para fornecer cocaína. Logo os demais grupos cederam. Neste ano, o Rio teve três grandes apreensões, com cerca de 7,8 mil pedras - no Complexo do Alemão, Niterói e Duque de Caxias. "Tem havido um esforço entre os serviços de inteligência para intensificar as apreensões. O que temos é que o crack está pulverizado, pode ser encontrado em qualquer ponto", afirmou Elson Haubrichs, comandante do 12.º Batalhão da PM em Niterói. A polícia começa a se deparar com pontos de uso de crack. Na favela do Jacarezinho, zona norte, uma faixa dava boas-vindas à "cracolândia". No Morro da Mangueira, zona norte, há locais de consumo. No Catete, zona sul, o ponto de compra é o acesso ao Morro Santo Amaro. Os usuários fumam nas redondezas. "A gente não tem mais segurança para andar na rua. São na maioria adolescentes. A polícia vem, tira, mas não adianta", disse uma moradora, da Rua Silveira Martins. Para a presidente da Associação Carioca de Redução de Danos, Christiane Moema, o aumento do número de viciados em crack é "visível". "O Rio caminha para o estabelecimento de regiões de consumo, nos moldes da cracolândia."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.