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Em debate, candidatos propõem fim da reeleição

Lula, mais uma vez, decidiu não ir a um debate entre os presidenciáveis

Por Agencia Estado
Atualização:

Os candidatos do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, e do PDT, Cristovam Buarque, propuseram nesta quarta-feira, 13, acabar com a reeleição em caso de vitória nas eleições de outubro. Durante o segundo debate entre os postulantes ao Planalto - e na qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição não compareceu e foi bastante criticado por sua ausência, na TV Gazeta, o pedestista introduziu o tema ao argumentar que a reeleição representa ?retrocesso ético? ao País. ?Reeleição permite o uso da máquina, permite manipulação. No primeiro dia como eleito, o presidente já se comporta como candidato. Assumo o compromisso de eliminar a reeleição?, anotou Cristovam. Alckmin, que vem sendo pressionado dentro do PSDB a se comprometer com o fim da reeleição, acabou concordando com o candidato do PDT. ?Reeleição tem vantagens e desvantagens. Mas na atual situação, sem critério, sou contra a reeleição?, disse o tucano. A afirmação de Alckmin sobre o tema, a mais incisiva até aqui, foi avaliada pelos integrantes do comando da campanha tucana presentes no auditório da TV Gazeta ?como pacificadora? e destinada a agradar José Serra e Aécio Neves - principais nomes do PSDB cotados para a disputa de 2010 - num momento em que a tensão interna no partido está elevada. Sem a presença de Lula, o debate de ontem foi morno e atribui pouca gente. Do lado de dentro, poucas lideranças políticas de peso foram levadas pelos candidatos. Lá fora, na Avenida Paulista, só três militantes do PSOL e três dezenas de contratados pelo PSDB balançavam bandeiras antes do início do debate. Às 23 horas, dez minutos após o início do programa, todos já haviam ido embora. Embora não tenha comparecido, Lula, que segundo as pesquisas seria reeleito em primeiro turno, foi criticado por todos. Fora as questões administrativas, o petista foi atacado por não ter comparecido ao segundo debate presidencial na disputa deste ano. O primeiro encontro foi promovido pela TV Bandeirantes no mês passado. Os ataques ao faltoso Cristovam disse que Lula tem ?fugido sistematicamente dos debates e das explicações? que deve ao País. Heloísa Helena, do PSOL, também: Quero repudiar igualmente a ausência de Lula, que tem de aprender, de uma vez por todas, que tem de descer do seu trono de corrupção e arrogância.? Alckmin seguiu a mesma linha, explorando a falta de explicações do presidente diante das denúncias de corrupção que envolvem seu governo. ?Lamento que o candidato Lula que teve cinco ministros indiciados ou denunciados pelo polícia, não tenha vindo?, disse. Lula não foi o único criticado. A candidato do PSOL também procurou criticar o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em todas as oportunidades disponíveis. A candidata do PSOL à Presidência, Heloísa Helena, aproveitou o debate para criticar não apenas o líder nas pesquisas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pelo PT. A senadora aproveitou todas as oportunidades que teve para fazer também críticas contundentes ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de maneira a atingir o segundo colocado nas pesquisas, Geraldo Alckmin (PSDB), e com o qual briga para conseguir levar as eleições para o segundo turno. A primeira oportunidade de atacar os oito anos de governo de Fernando Henrique foi quando Alckmin indagou a candidata do PSOL sobre propostas para o setor de energia. ?Os governos de Fernando Henrique e Lula não investiram na matriz energética?, afirmou, acusando o tucano de ter levado o País ao apagão e Lula de deixar o Brasil à beira de outro. Também ao falar sobre previdência, Heloísa Helena insistiu nos males decorrentes do desvios de recursos, especialmente o Desvinculação de Receitas da União, que deviam ir para a Previdência e foram reforçar o superávit fiscal. Clima ameno na platéia A ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no segundo debate dos presidenciáveis esfriou também o clima nos bastidores. Geraldo Alckmin contou apenas com a presença do cordenador nacional de sua campanha, o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), e do coordenador-geral do programa, José Carlos Meirelles. O senador Tasso Jereissati (CE), o senador Jorge Bornhausen (SC) e outros que estiveram no primeiro debate ontem não apareceram. A senadora Heloísa Helena também esteve acompanhada apenas pelo deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP). O candidato a governador de seu partido, Plínio de Arruda Sampaio, que esteve ao seu lado no primeiro debate, na Bandeirantes, não a acompanhou. Cristovam Buarque estava em companhia de dois assessores e sem celebridades do PDT.

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