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Em depoimento, Marcola se diz vítima da imprensa

O assaltante Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, foi sucinto ao ser interrogado por meio de videoconferência e negou ser líder do PCC

Por Agencia Estado
Atualização:

O assaltante Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, foi sucinto ao ser interrogado nesta sexta-feira, 4, por meio de videoconferência pelo juiz Richard Francisco Chequini, do 1º Tribunal do Júri. Ele que já havia admitido para a CPI do Tráfico de Armas integrar a cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC), dessa vez negou tudo. "Não sou líder de nenhuma facção criminosa. Sou sim, uma vítima da imprensa. E do Saulo (Abreu Filho, secretário da Segurança Pública)". Porém, acabou desmentido por uma testemunha. Marcola e Júlio César Guedes de Moraes, o Julinho Carambola, foram denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE) como os mandantes da morte do bombeiro João Alberto da Costa, executado no dia 12 de maio durante a primeira onda de ataques promovida pela organização criminosa contra as forças da segurança pública do Estado. Os dois líderes são acusados de homicídio duplamente qualificado, duas tentativas de homicídio e porte ilegal de armas, ao lado dos executores do crime Eduardo Aparecido Vasconcelos, o Mascote, Carlos Santos de Portugal, o Peba, Alex Gaspar Cavalheiro, o Gordinho, e Paulo Ricardo da Silva Teixeira, o Magrão (morto no ataque) e da olheira da quadrilha, Giuliana Donayre Custódia. Nesta sexta, 4, Marcola agiu diferente da CPI do Tráfico de Armas, quando falou por mais de quatro horas e meia. Para não cometer deslizes e municiar os promotores com a própria fala, poupou as palavras. Só respondeu o que lhe foi perguntado. Por isso, o depoimento previsto para durar duas horas não levou mais do que 15 minutos. Mesmo assim, o réu foi prejudicado pelo depoimento do delegado Dimas Pinheiro. O policial disse que a prova cabal de que Marcola é líder do PCC veio da boca do próprio réu. O policial juntou no processo uma escuta em que Marcola e Julinho Carambola se intitulam líderes da facção para intimidar um agente penitenciário do Centro de Readaptação Penitenciária (CRP) de Presidente Bernardes durante a segunda onda de ataques, que matou seis funcionários penitenciários. Essa escuta é tida como uma das principais provas para incriminar a dupla. Além dessa conversa, segundo os promotores, existe uma escuta feita no dia 12 de maio, em que Julinho Carambola determina o início dos ataques em represália à opressão carcerária, se referindo à transferência de 765 integrantes da facção para a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau. "Essas escutas estão sendo transcritas para serem juntadas no processo", afirmou o promotor Marcelo Milani. Segundo ele, Mascote também apontou Marcola como o chefe da facção em seu interrogatório. Mascote, Peba e Gordinho foram reconhecidos nesta sexta, 4, pelas testemunhas de acusação como os executores do ataque que mataram Costa. Giuliana também foi reconhecida como sendo a mulher que rondou os quartelantes do crime.

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